Deputados dizem que governo do estado não tem interesse em trazer escola de Sangentos para PE

Mário Flávio - 22.11.2023 às 08:10h

As contrapartidas do Governo do Estado necessárias para viabilizar a implantação da Escola de Sargentos em Pernambuco pautaram pronunciamentos durante a Reunião Plenária desta terça na Assembleia Legislativa. Deputados se somaram ao discurso de Coronel Alberto Feitosa, do PL, para criticar a postura do Poder Executivo Estadual diante das condições negociadas com as Forças Armadas para a vinda do empreendimento bilionário.

Na avaliação de Feitosa, é “inacreditável ver tanta letargia e leniência do Estado em tomar essa decisão”. O deputado argumentou que Pernambuco precisa ser mais “audacioso” para não perder o estabelecimento de ensino para outros estados. “Existem dois concorrentes bem agressivos, que são o estado do Rio Grande do Sul e o estado do Paraná, colocando essas disponibilidades já à disposição, vindo até o Comando Militar do Nordeste, querendo conhecer o projeto, já no intuito de levar daqui uma obra que é fundamental como eu disse, não só sob o ponto de vista social, econômico, de melhoria de Índice de Desenvolvimento Humano, mas sobretudo e principalmente, que vai mudar a cultura daquela região.”

Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Escola de Sargentos, Renato Antunes, do PL, afirmou que há, sim, interesse por parte do Governo de Pernambuco em trazer o empreendimento. Mas que o Estado precisa sair do campo das ideias e partir para a prática. O deputado também opinou que o argumento de proteção ambiental não pode inviabilizar o projeto. “Então esse discurso de que o Exército está desmatando Mata Atlântica não procede. Pelo contrário: é 1% da área que está sendo destinada, e desses 1% o Exército vai usar metade. Então é menos de 1%.”

A proposta das Forças Armadas é ocupar uma parte do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, já pertencente à instituição, localizado dentro da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe. Os deputados Eriberto Filho e Sileno Guedes, ambos do PSB, e João de Nadegi, do PV, cobraram uma definição do Governo do Estado sobre as contrapartidas indicadas pelo Exército para trazer o empreendimento. Dentre elas, estão a requalificação de acessos viários, a instalação de uma rede de fibra óptica e a oferta de água e esgoto no bairro de Chã de Cruz, em Paudalho, na Mata Norte. Na próxima segunda, a Frente Parlamentar dedicada à discussão do empreendimento realiza mais uma audiência pública, com foco nos impactos socioambientais. Renato Antunes pediu que os deputados compareçam e recebeu o apoio do presidente da Alepe, Álvaro Porto, do PSDB, em defesa do empreendimento.