De Caruaru a Goiânia: delegados do Congresso da UNE na luta por Ensino Superior de qualidade

Mário Flávio - 31.05.2013 às 16:25h
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Cleyton e Amanda representam Caruaru no Conune em 2013

O Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) chegou à 53ª edição. O evento é o maior e mais representativo fórum da entidade e começou em Goiânia (GO), no centro oeste do país, no dia 29 de maio, se estendendo até 2 de junho. Com uma expectativa de reunir mais de 10 mil jovens de todos os estados, delegados representantes de diferentes instituições arrumaram as malas desde o início desta semana, ansiosos para participar do congresso. De Caruaru, universitários e membros de movimentos estudantis viajaram a Goiás para participar de debates, grupos de discussão, plenárias e atividades culturais.

No contexto

Opinião – A UNE somos nós – por Émerson Santos*

Saiba mais sobre a UNE

Entre os delegados da Capital do Agreste, eleitos em conferências nas instituições de ensino superior privadas e públicas locais, estão os universitários Amanda Rafaella, Cleyton Feitosa e Joana Figueiredo, que representam respectivamente a Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES) e o Campus Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE/CAA). No entanto, além de representarem oficialmente a classe estudantil desses centros acadêmicos, eles também levantam diferentes bandeiras sociais durante o CONUNE.

Cleyton, por exemplo, estudante de Pedagogia, representa também o movimento LGBT local, através da entidade ArtGay. Ele também é petista, especificamente, adepto da corrente política Mudança, que é a representação estudantil do MAIS PT. “Você representa as ideologias que defende. Estarei defendendo as bandeiras do Campus Agreste da UFPE. Mas também vou defender as bandeiras do movimento LGBT, e defenderei as teses do Mudança”, explicou o jovem, que acredita no Congresso como um espaço amplo para exercer discussões democráticas.

Ainda assim, ele reforçou que a UNE tem desafios para superar, especialmente no que se refere à força de mobilização da entidade. “Esperamo que haja uma UNE mais combativa e menos governistas. Embora eu seja do PT, acredito que a UNE tenha se omitido mais nas reivindicações ao governo. A UNE tem um complexo de atores e atrizes sociais que discutem diversas questões”, argumentou.

Nesse contexto de defender uma UNE mais combativa, a estudante de Administração Pública Amanda Rafaella, representante da ASCES e também da União da Juventude Socialista (UJS), defende uma nova composição na Diretoria da entidade. “Eu tenho voto como Faculdade e como UJS. A pessoa tem direito a voto para escolher o próximo presidente da UNE e enviar propostas para o Congresso. No que se refere às universidades particulares, entre as bandeiras que defendemos, a gente tem a proposta de oferecer um percentual por ano para manter um limite nas mensalidades”, explicou Amanda, que veio diretamente do movimento estudantil secundarista. Ela ingressou na faculdade ainda em 2013 e participa pela primeira vez do Congresso. Ainda segundo ela, não há grandes diferenças entre atuar no movimento secundarista e no superior. “Tanto no segmento universitário quanto no secundaristas, acredito que as propostas são parecidas, mas ainda no movimento secundarista existe um envolvimento maior dos militantes do que dos universitários”, completou.

Já a universitária Joana Figueiredo, também estudante de Pedagogia, levanta bandeiras diretamente ligadas à interiorização das universidades públicas no Brasil. Em vídeo, ela contou ao blog as bandeiras que ela levou para debater no Congresso.

Confira

Entre os destaques do Congresso, entraram em discussão a cerimônia de apresentação do primeiro relatório de trabalho da Comissão da Verdade da UNE, que investiga casos como o do grande e sempre líder estudantil Honestino Guimarães, o 3º Encontro Nacional de Cotistas e Prounistas, uma passeata para investimentos na educação, como a destinação de 10% do PIB, 50% doFundo Social do Pré-sal e 100% dos royalties do petróleo para a educação, além de dezenas de painéis com representantes do meio acadêmico, movimentos sociais e de juventude sobre os temas mais próximos à realidade dos estudantes brasileiros.

Confira um panorama do primeiro dia do CONUNE em 2013