O PSDB de Pernambuco sofreu, nesta quarta-feira (3), sua maior debandada nos últimos anos. A vice-governadora Priscila Krause, acompanhada por 32 prefeitos, além de vice-prefeitos, vereadores e lideranças municipais, anunciou oficialmente sua saída da legenda. O movimento ocorre após a decisão da Executiva Nacional do partido de intervir no diretório estadual e entregar o comando ao deputado estadual Álvaro Porto.
Em comunicado conjunto, os ex-integrantes do PSDB classificaram a intervenção como “injustificável” e “um episódio de violência política e desrespeito”, destacando que a decisão rompe com os princípios históricos do partido, como respeito às regras internas, decisões colegiadas e diálogo.
A saída coletiva inclui nomes de peso na política municipal de Pernambuco e representa um esvaziamento significativo do PSDB no estado. Até então, a legenda era responsável pela maior base de prefeitos do estado, com 32 gestores municipais, além de 33 vice-prefeitos e mais de 220 vereadores.
Na nota, os ex-tucanos destacam que o crescimento do partido foi fruto de diálogo e construção política conjunta. “Seguimos juntos e certos de que construímos um projeto vitorioso que continuará servindo a Pernambuco com coragem, integridade e compromisso com as pessoas”, afirmam.
O movimento é visto como uma reação direta à mudança de rumo do PSDB em Pernambuco, agora sob o comando de Álvaro Porto, que deve levar a sigla para a base do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e para a oposição ao governo Raquel Lyra (PSD), de quem Priscila Krause e os prefeitos que deixam o partido são aliados.
Entre os prefeitos que assinaram o comunicado estão Rodrigo Pinheiro (Caruaru), Dona Graça (Catende), Professora Elcione (Igarassu), Ramos (Paulista), Dió Filho (Riacho das Almas), entre outros.
A expectativa agora é que a maioria dos ex-tucanos migre para o PSD, novo partido de Raquel Lyra, fortalecendo a legenda para as eleições de 2026.
