Conselho Gestor vai entrar com Ação Civil Pública contra o HRA

Mário Flávio - 03.02.2012 às 07:30h

O Conselho Gestor do Hospital Regional do Agreste se reuniu na tarde dessa quinta-feira (02). A meta foi debater a falta de médicos na maior emergência no interior de Pernambuco. Além dos representantes do próprio Conselho, compareceram diversas entidades. Após intenso debate, ficou decidido que o Conselho vai ao Ministério Público para pedir providências sobre diversas irregularidades, que segundo a presidenta do Conselho, Silvia Viviane, ocorrem diariamente na unidade hospitalar.

De acordo com Silvia, o Conselho recebe denúncias de servidores, pacientes e acompanhantes, no que diz respeito aos setores de ortopedia e cirurgia. “O que nos preocupa é que temos um hospital referência em traumatologia no Agreste de Pernambuco, mas durante o fim de semana e até mesmo na semana existe a falta de médicos. Convidamos o diretor médico para explicar essa realidade, no entanto, o que foi explicado não nos convenceu”, pontuou a presidenta.

Ainda segundo Viviane, o médico Antônio Jordão, representante da Frente Pernambucana contra a Privatização, apontou pontos negativos quanto à privatização da saúde em Pernambuco. “Por isso que temos muitos problemas. Devido à privatização, são prejudicados funcionários e usuários do SUS. Para se ter uma ideia, temos aqui no Hospital Regional, pacientes idosos de ortopedia, que estão há 30 ou 40 dias a espera de procedimento cirúrgico. O paciente às vezes entra no hospital com um problema e sai com três ou quatro, em alguns casos o paciente morre e não realiza a cirurgia”, desabafou.

Diante de tantos problemas apresentados, o Conselho Gestor do HRA decidiu tomar uma medida drástica, como explica Silvia Viviane. “O problema é tão sério no HRA, que fomos orientados pelo diretor médico a procurar o Ministério Público. Diante da gravidade, o Conselho votou e decidiu por unanimidade entrar com uma ação civil pública, para que possamos garantir serviço de qualidade no HRA, pra isso pagamos os nossos impostos e por isso, temos o direito. Solicitamos a ajuda da Frente Pernambucana contra a Privatização e no próximo domingo iremos fazer uma visita a unidade, para que possamos fazer uma espécie de cadastro com todos os pacientes, que estão aguardando na ortopedia. A partir daí, no início da próxima semana, iremos ao Ministério Público para pedir ajuda imediata a essas pessoas, que estão faz 30 ou 40 dias esperando pelo procedimento cirúrgico”, explanou.