Comerciantes estimam um aumento de vendas de 30% a 50% maior no São João de Caruaru

Mário Flávio - 26.06.2012 às 08:30h

Seu Cícero estima um aumento de 30% até terminar o São João

Durante o São João de Caruaru, vários segmentos aquecem a economia e um deles é o comércio na Feira de Artesanato. A maioria dos comerciantes está animada com a venda de artigos de couro, acessórios para quadrilhas juninas e, ainda, artigos que lembrem o centenário de Luiz Gonzaga. No ano passado, de acordo com pesquisa realizada pela prefeitura, o impacto gerado no comércio por visitantes na cidade foi de R$ 56 milhões, enquanto o impacto indireto gerado pela população local chegou a R$ 86 milhões. Sob esse contexto, espera-se uma melhora nas vendas de 30% a 50% em relação aos outros meses do ano.

É  assim que pensa, por exemplo, Cícero Antônio, 50 anos, que há duas décadas mantém uma loja de peças de barro e artigos em couro na feira e estima um saldo de vendas muito significativo até o final de junho. “Apesar deste ano estar sendo mais difícil para as vendas, no período do São João percebi um aumento de 30% nas vendas  em relação ao resto do ano, agora isso é uma estimativa, eu vou ter a certeza de como foram as vendas, só depois que terminar a correria das festas, porque aqui não para o dia todo”, explica. Na verdade, Cícero cita 30% porque é mais cauteloso, ele poderia dizer que há uma melhora de 50%, mas ele lembra também que há as despesas durante esse período, com compra de mais peças e contratação de um funcionário para auxiliá-lo durante a festividade.

Fora isso, ele diz que os produtos que mais vendem nessa época são artigos para quadrilhas juninas. “A procura aqui é grande por sandálias de couro, que saem a R$ 15, bonecos de barro de preços variados, mas o grande mote das vendas são as peças para compor as quadrilhas juninas. É um período muito bom, mas a gente fica com vontade de que seja assim nos outros meses do ano também”, finaliza Cícero, aos risos.

Já Mário Lúcio, 45 anos, diz que também tem despesas durante o período de festas juninas, mas que consegue balancear isso e alcançar uma estimativa de 50% de aumento das vendas. “A nossa estimativa é essa, mas temos claro despesas com compra de material e com contratação de funcionários. A loja é um pouco maior e contratei mais duas funcionárias este ano, mas conseguimos prever essa meta de vendas em 50%”, explica. Dos produtos vendidos na loja de Mário, há artigos com preços a R$ 1, como chaveiros de Luiz Gonzaga, até os produtos mais caros, como peças de barro que chegam a R$ 120.  “Mantemos contato com fornecedores do Brasil inteiro para adquirir produtos variados, como chaveiros, plaquinhas, bonecos de barro e artigos em couro”, completa.

No entanto, Mário faz uma ressalva sobre os gastos dos comerciantes nesse período. Ele diz que os feirantes precisam contratar seguranças particulares para fiscalizar a feira durante o período junino, alegando que a prefeitura disponibiliza poucos fiscais e guardas municipais para reforçar a área. “Isso é um custo que nós não deveríamos ter e a prefeitura não nos atende nisso, então é um encargo a mais que temos que calcular durante o fluxo de vendas no São João”, finaliza.

Ainda segundo dados da prefeitura, o São João 2011 em Caruaru gerou R$ 181 milhões, durante um período em 1,2 milhão de pessoas visitaram a capital do forró.

Mário Lúcio teve que contratar mais dois funcionários para dar conta do fluxo de vendas