Apesar de integrarem a Esplanada com quatro ministérios, os partidos PP e União Brasil adotaram postura claramente de oposição em relação às propostas apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A pressão foi feita nesta quarta-feira (11), quando líderes das siglas anunciaram, em coletiva na Câmara, a formação de um bloco para rejeitar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a tributação sobre LCIs e LCAs .
O bloco recém-criado pelo União Brasil e PP — que no mês passado firmou federação entre si — é composto por 109 deputados e 14 senadores, além de liderar pastas como Esporte (PP) e Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional (União Brasil). Em entrevista, Antônio Rueda (União Brasil) afirmou que “taxar, taxar, taxar não será a saída” e anunciou o fechamento de questão da bancada contra as medidas. O presidente do PP, Ciro Nogueira, reforçou que a prioridade deve ser cortar gastos, não aumentar tributos .
O posicionamento dos partidos ocorre logo após audiência tensa na Câmara entre o ministro Haddad e parlamentares da oposição, onde o pacote de compensação ao IOF foi debatido. Haddad defende que as propostas — como a tributação de 5% sobre LCAs e LCIs — são ajustes “justos e necessários”, inclusive na visão da ministra Gleisi Hoffmann . Já PP e União sustentam que iniciativas tributárias só serão válidas em conjunto com cortes na máquina pública .
A estratégia de fechar questão demonstra disposição dos dois partidos de adotar posição de resistência mesmo sendo integrantes da base do governo. Um rompimento formal com a gestão federal não está descartado, como indicado por lideranças do bloco .
A movimentação complica a aprovação do pacote de Haddad no Congresso — tanto por sua oposição fortalecida quanto pela falta de consenso entre partidos aliados — e acende um alerta para a relação política entre o governo federal e o Centrão nesta reta que antecede as eleições de 2026.
