
Nem só de forró e fogueira vive o São João de Petrolina. A tradicional festa sertaneja virou, neste fim de semana, vitrine política para possíveis arranjos de 2026. Uma foto que circulou nas redes sociais jogou luz sobre o que pode vir a ser a composição da chapa da oposição ao governo Raquel Lyra: João Campos (PSB), Márcia Conrado (PT), Silvio Costa Filho (Republicanos) e Miguel Coelho (União Brasil).
A imagem, aparentemente casual, teve leitura política imediata. João Campos, prefeito do Recife e pré-candidato ao Governo do Estado, posou ao lado da prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, que nos bastidores é apontada como possível vice na chapa. Completando o quadro, dois pré-candidatos ao Senado: Silvio Costa Filho, atual ministro de Lula, e Miguel Coelho, ex-prefeito da própria Petrolina e nome forte do interior.
A montagem, que ganha força pela simbologia do momento, escanteia Humberto Costa, tradicional aliado do PSB em Pernambuco. A ausência do senador, que busca a reeleição e lidera as pesquisas, chama atenção. Embora o histórico político de Humberto e sua relação com Lula pesem, o PT vive um momento delicado: mergulhado em disputas internas pelo Processo de Eleição Direta (PED) e pressionado a renovar seus quadros, o partido pode acabar sem vaga majoritária em 2026 — algo que seria impensável há poucos anos.
Por ora, nada está definido. Os interlocutores da Frente Popular garantem que as decisões sobre a chapa serão tomadas de forma coletiva, em especial entre João Campos e o presidente Lula. Mas a movimentação em Petrolina deixa claro que os espaços estão sendo ocupados, e quem ficar parado pode acabar para fora do retrato.
A briga por uma vaga na chapa, especialmente ao Senado, promete ser acirrada. E o São João deste ano deixou evidente que, nos bastidores, a fogueira já está acesa. A conferir.