Nos bastidores da política pernambucana, o clima é de negociação intensa. Uma fonte do blog, um prefeito do Agreste, confidenciou que Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP, já apresentou sua fatura para manter o partido no palanque da governadora Raquel Lyra (PSD) em 2026: mais duas secretarias no governo. Segundo o relato, o assunto já foi levado à própria Raquel e aguarda apenas uma resposta.
O detalhe é que essa espera estaria deixando “Dudu” incomodado. E, no jogo político, tempo demais pode significar espaço para outros movimentos. O mesmo interlocutor contou que Eduardo tem recebido acenos de João Campos (PSB) e, nos próximos dias, deve se sentar com Miguel Coelho (União Brasil) para discutir possíveis alianças e cenários.
O que está em jogo vai muito além da ocupação de cargos no Executivo. O apoio da federação PP/União Brasil não é apenas político: ele representa dobrar o tempo de rádio e TV no guia eleitoral e também duplicar a quantidade de inserções partidárias durante a campanha de 2026. Em um cenário onde a comunicação de massa ainda tem peso decisivo, esse reforço na propaganda pode fazer a diferença entre vitória e derrota.
O tabuleiro ganha ainda mais complexidade com declarações como a do deputado federal Fernando Filho (União Brasil), irmão de Miguel, que afirmou nesta segunda-feira (11) que, se a federação decidir apoiar Raquel, ele pessoalmente vai pedir votos para João Campos. Um recado claro de que, dentro da própria federação, os alinhamentos estão longe de serem unânimes.
Raquel precisa segurar aliados-chave, mas também medir o custo político de ampliar espaços no governo. Ao mesmo tempo, adversários diretos e indiretos avançam nas articulações, aproveitando qualquer hesitação. Nos corredores e cafés da política, todos sabem: em Pernambuco, cada cadeira no governo é muito mais que um cargo — é um pedaço do mapa eleitoral e, neste caso, um megafone dobrado para falar com o eleitor em 2026. A conferir.
