Coluna da segunda do blog do MF – Três petistas buscam consenso para presidir o PT em Pernambuco

Mário Flávio - 28.04.2025 às 07:38h

A disputa pela presidência do PT em Pernambuco entrou em uma fase decisiva de articulação interna. Três nomes despontam como possíveis candidatos à liderança estadual do partido e articulam uma candidatura de consenso: o deputado federal Carlos Veras, a prefeita de Serra Talhada Márcia Conrado e Sérgio Goiana. Todos integram a corrente interna Construindo um Novo Brasil (CNB) , majoritária no diretório petista local, e buscam manter a unidade visando o Processo de Eleição Direta (PED) do partido, marcado para 6 de julho . O atual presidente estadual, deputado Doriel Barros, anunciou que não tentará a reeleição , abrindo caminho para uma renovação no comando da legenda.

Conforme o cronograma petista, as inscrições de candidaturas ao PED se encerram em 9 de maio . Até lá, Veras, Conrado e Goiana esperam chegar a um acordo e apresentar uma chapa única, evitando um confronto interno entre aliados da mesma tendência. O objetivo é encontrar um nome de consenso que agregue as alas do PT-PE sem gerar racha.

Os três pré-candidatos mantêm o discurso afinado em favor da união partidária. Sérgio Goiana, dirigente estadual do PT, afirma que está à disposição do partido e reforça a importância de uma decisão conjunta. “Vamos avaliar o melhor para o nosso partido… além de trabalhar para o PT voltar a governar o Recife e poder eleger um governador do Estado”, declarou Goiana , enfatizando as metas eleitorais da sigla. Ele garante que a prioridade no momento é assegurar a unidade interna e que, havendo consenso, o nome escolhido terá apoio de todos .

Na mesma linha, Carlos Veras também defende a busca do consenso para unificar o PT pernambucano . “A gente tem que buscar o consenso. O atual presidente é da CNB e vamos trabalhar para que a nossa corrente se mantenha”, afirmou o deputado federal , indicando a intenção de preservar a hegemonia da CNB no comando do partido. Márcia Conrado, por sua vez, segue o mesmo tom e prega que o PT deve sair unido desse processo, resolvendo a questão do comando de forma interna e consensual .

A movimentação ocorre em meio a um reposicionamento do PT pernambucano. Hoje, o partido não detém nem o governo do estado nem a Prefeitura do Recife, e busca se fortalecer para voltar a comandar esses postos estratégicos no futuro. Entre os objetivos está retomar a Prefeitura do Recife, perdida pela legenda há mais de uma década, e disputar com força o Governo de Pernambuco nas próximas eleições estaduais . Paralelamente, a sigla planeja ampliar suas bancadas de deputados estaduais e federais no estado , metas evidenciadas nas declarações de Goiana.

Embora o PT tenha outras correntes internas além da CNB, até agora não surgiram pré-candidaturas de fora desse grupo dominante. O presidente nacional do PT, senador Humberto Costa, declarou não ter conhecimento de nenhum nome colocado na disputa interna além de Veras, Conrado e Goiana . Caso não haja acordo entre os três, o PED de julho poderá ter uma disputa direta. Ainda assim, o sentimento predominante é o de evitar confronto: as lideranças locais intensificarão as negociações nas próximas semanas para tentar costurar uma chapa unitária até o prazo final de inscrições, em 9 de maio , fortalecendo o partido sem divisões internas. A conferir.