
Em meio à previsível disputa em 2026 entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), pelo comando político de Pernambuco dos próximos anos, um nome tem surgido como alternativa para quem deseja romper com essa polarização à direita: o do vereador recifense Eduardo Moura, do Partido Novo. Jovem, articulado, com forte presença nas redes sociais e atuação constante nas comunidades do Recife, o jornalista começa a ganhar corpo como a principal aposta da direita no estado.
O projeto político em gestação é ousado. Mesmo com grandes chances de se eleger deputado federal em 2026 — caminho considerado quase natural por seus aliados — Eduardo está disposto a renunciar a essa “eleição certa” para disputar o Palácio do Campo das Princesas. E mais: sem perder o mandato de vereador, que seguiria até 2028, em caso de derrota na disputa pelo governo. A movimentação tem sido observada com atenção pelos bastidores da política local e pode se tornar estratégica para reconfigurar o jogo.
A entrada de Moura na disputa estadual teria um efeito imediato: abriria espaço para o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, disputar o Senado com o apoio do bolsonarismo, que hoje carece de um palanque sólido em Pernambuco. O nome de outro jornalista estava no páreo, mas Cardinot, que fez muito sucesso com programas policiais, descartou entrar na disputa.
A indicação de Eduardo daria também um novo fôlego a Jair Bolsonaro no estado, com o aprsentador de Tv, que hoje é vereador, assumindo o papel de articulador de um palanque conservador de viés liberal, rompendo com as amarras tradicionais do campo bolsonarista local.
Ao mesmo tempo, uma candidatura majoritária elevaria sua visibilidade estadual e o colocaria no radar para a disputa pela Prefeitura do Recife em 2028. Com tempo e exposição, Moura poderia se firmar como uma nova liderança da direita em Pernambuco, num cenário em que nomes competitivos nesse campo ideológico têm escasseado desde a derrota de Anderson Ferreira em 2022. Ao mesmo tempo, o palanque conservador é bem desunido no estado.
Enquanto Raquel e João se movimentam em torno de reeleições e do espólio político de Lula, Eduardo Moura ensaia uma alternativa com autonomia, discurso próprio e uma base cada vez mais consolidada. Se vai vingar, é cedo para dizer. Mas o nome está posto — e com potencial de surpreender. A conferir.