Chile rejeita nova Constituição e segue com documento idealizado por Pinochet

Mário Flávio - 18.12.2023 às 08:55h

Pela segunda tentativa em menos de dois anos, os chilenos rejeitaram por 55% a 45% a proposta de uma nova Constituição. O plebiscito teve voto obrigatório e mais de 15 milhões de pessoas puderam votar — sob pena de multas para quem não participasse.

A proposta era considerada mais conservadora, e tinha trechos contra o aborto, a favor da expulsão de imigrantes irregulares e das liberdades individuais. Com duas tentativas fracassadas e discussões que já duram mais de 4 anos, a expectativa agora é de que os chilenos desistam de um novo processo e continuem com o conjunto de leis que já está em vigor.

A atual Constituição é de 1980, da ditadura militar de Augusto Pinochet. Depois de uma série de protestos violentos que tomaram conta do país em 2019, 80% dos chilenos concordaram que era hora de trocar.

No ano passado, já no governo do atual presidente Gabriel Boric — de esquerda — um novo texto foi escrito por parlamentares progressistas.
Com rejeição acima do esperado, 62% votaram contra o projeto mais de esquerda, que queria acabar com o Senado e ampliar o direito ao aborto. Agora, foi a vez da direita tentar e também não deu certo.