Do Metrópoles
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mencionou o desencontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, às margens da cúpula do G7 no Japão, em declaração nesta quarta-feira (24). Segundo o chanceler, a agenda bilateral entre os líderes não aconteceu “por absoluta falta de tempo” na agenda do chefe de Estado ucraniano.
Vieira reiterou o posicionamento do governo do Brasil, que afirma ter oferecido três opções de horários para a reunião, mas “nenhuma das três foi compatível” com a programação de Zelensky. Na terça (23), o vice-chefe de gabinete do ucraniano afirmou que “houve um conflito de agendas”.
O chanceler brasileiro mencionou a situação durante participação na Comissão de Relações e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, na manhã desta quarta (24). Ele foi questionado sobre o saldo positivo da viagem do mandatário brasileiro à Hiroshima, como convidado da Cúpula do G7.
“Não foi possível, o encontro não aconteceu, mas por absoluta falta de tempo na agenda do presidente da Ucrânia. O Zelensky chegou no sábado e no domingo tinha encontros com os convidados, nos pediram uma entrevista e oferecemos três horários diferentes, e nenhum dos três foi compatível com a agenda dele”, explicou.
O ministro também reiterou a posição brasileira de neutralidade diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, no que chamou de “equilíbrio construtivo”.
“Condenamos a violação territorial da Ucrânia e alertamos para os riscos de cancelamento da Rússia, que apenas diminui os espaços de diálogo”, ressaltou.
“Nos contatos que mantemos com interlocutores externos, notamos um claro interesse sobre que contribuição o Brasil pode dar. O estado de paralisia da comunidade internacional diante do conflito na Ucrânia demonstrou, mais uma vez, a necessidade de uma ampla reforma no Conselho de Segurança.”
A ida do chanceler à Câmara foi sugerida por quatro deputados de oposição: Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), Marcel Van Hattem (Novo), Ricardo Salles (PL) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL).
Na pauta, Vieira também falou sobre as relações do país com ditaduras sul-americanas e medidas concretas do governo espanhol em relação ao caso mais recente de racismo contra o jogador de futebol Vinicius Júnior, do Real Madrid.