
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar, que também foi condenada à perda do mandato, afirmou que está nos Estados Unidos e planeja se estabelecer na Itália, onde possui cidadania e, segundo ela, não poderia ser extraditada.
Pouco antes da saída de Zambelli, seu marido, o coronel reformado da PM do Ceará Aginaldo de Oliveira, secretário de Segurança Pública de Caucaia (CE), licenciou-se do cargo em 21 de maio, alegando “doença de parente”. A prefeitura confirmou que o afastamento se deu para acompanhar um familiar em tratamento de saúde, sem especificar qual parente. O retorno de Aginaldo ao cargo está previsto para 1º de julho.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a prisão preventiva de Zambelli após sua saída do país. Apesar de não haver mandado de prisão em aberto no momento da viagem, a situação pode ser reavaliada pelo STF.
A defesa de Zambelli argumenta que não havia impedimento legal para a deputada deixar o Brasil e que ela ainda pode recorrer da condenação. No entanto, a deputada afirmou que pretende se licenciar do mandato e que sua decisão de sair do país foi motivada por questões de saúde e emocionais.
A coincidência entre o afastamento do coronel Aginaldo e a saída de Zambelli do país levanta questionamentos sobre uma possível estratégia conjunta para evitar as consequências legais das condenações. A ausência de ambos em cargos públicos e no país pode ser interpretada como uma tentativa de se esquivar das responsabilidades legais e políticas.
A situação continua a ser acompanhada pelas autoridades e pela opinião pública, enquanto se aguarda a decisão do STF sobre o pedido de prisão preventiva e os desdobramentos legais das ações de Zambelli e seu marido.