A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro protagonizou um discurso inflamado neste domingo (3), durante manifestação da extrema-direita realizada em Belém (PA). Ao lado de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ela subiu o tom e atacou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de “irresponsável”, “mentiroso” e “cachaceiro sem-vergonha”.
A fala ocorreu em cima de um carro de som, durante ato que reuniu apoiadores bolsonaristas no centro da capital paraense. Michelle criticou as políticas do atual governo, acusando Lula de “mandar as riquezas do Brasil para fora” e de “fazer aliança com comunistas e ditadores”. “Isso não vamos aceitar”, afirmou, sob aplausos dos presentes. Ela também ironizou a postura do presidente: “Ele não é macho para assumir as suas falas”.
A manifestação fez parte de uma série de atos realizados por apoiadores de Bolsonaro em várias capitais do país. Em Brasília, a mobilização levou cerca de 4 mil pessoas às imediações do Banco Central, segundo estimativa da Polícia Militar repassada ao Correio Braziliense. No trio elétrico estacionado em frente ao prédio da instituição, discursaram o senador Izalci Lucas (PL-DF) e as deputadas federais Bia Kicis (PL-DF) e Caroline de Toni (PL-SC).
“A mensagem principal é ‘fora Lula, fora Moraes’. Nós estamos aqui lutando contra a tirania, contra a censura, e estamos emprestando nossas vozes a todos que estão calados por essa tirania. Tantos presos políticos, há tanta gente encarcerada aqui ou com tornozeleira”, afirmou Bia Kicis ao Correio.
Os parlamentares criticaram ainda as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é investigado em diversas frentes e impedido de se manifestar publicamente por decisão judicial. Segundo os aliados, as limitações configurariam um cenário de censura e autoritarismo no país.
Os atos fazem parte de uma tentativa de manter a base bolsonarista mobilizada e dar visibilidade à ex-primeira-dama, que é cotada para disputar cargos majoritários nas próximas eleições.
