
Após ser alvo de uma nova fase de operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser submetido a uma série de medidas restritivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As determinações têm relação com investigações que apuram suposta tentativa de golpe de Estado e uso indevido de estruturas do governo para fragilizar o processo democrático.
Entre as restrições impostas, está o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica. Além disso, Bolsonaro está proibido de utilizar redes sociais — o que inclui publicações, interações ou mesmo o uso indireto por meio de assessores. O objetivo, segundo fontes da investigação, é evitar qualquer tipo de articulação que possa interferir no curso das apurações.
O ex-presidente também terá que cumprir recolhimento domiciliar noturno: ele está obrigado a permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã. Outra medida imposta pelo STF é a proibição de contato com outros réus e investigados no mesmo processo, como militares, ex-ministros e aliados políticos próximos que estão sob investigação por suposta participação em atos contra o Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro também está impedido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros e de frequentar embaixadas, uma vez que já houve episódios anteriores em que aliados buscaram abrigo em sedes diplomáticas.
As medidas refletem o endurecimento do cerco judicial contra o ex-presidente, que já é réu no Supremo em mais de uma ação penal e teve os direitos políticos suspensos até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A operação desta sexta-feira teve mandados cumpridos em sua casa e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda à qual é filiado.
A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as restrições. O Partido Liberal também não comentou a nova etapa da operação até a publicação desta reportagem.
O blog segue acompanhando o caso.