Base governista rachada: 36 deputados aliados assinam pedido de impeachment contra Lula

Mário Flávio - 29.01.2025 às 12:51h

A base de apoio ao governo Lula enfrenta um novo teste de fidelidade. Trinta e seis deputados de cinco partidos que integram formalmente a coalizão governista assinaram um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento, que deve ser protocolado na Câmara dos Deputados na próxima semana, une parlamentares do MDB, União Brasil, PSD, Republicanos e PP à oposição, liderada pelo PL e outras siglas alinhadas ao bolsonarismo.

A movimentação expõe as divergências internas nesses partidos, que, apesar de ocuparem cargos na Esplanada dos Ministérios, possuem alas conservadoras e alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Hoje, essas siglas controlam importantes pastas no governo Lula:
• União Brasil: Comunicações (Juscelino Filho), Turismo (Celso Sabino) e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes).
• PSD: Minas e Energia (Alexandre Silveira), Agricultura (Carlos Fávaro) e Pesca (André de Paula).
• MDB: Transportes (Renan Filho), Cidades (Jáder Filho) e Planejamento (Simone Tebet).
• PP: Esporte (André Fufuca).
• Republicanos: Portos e Aeroportos (Silvio Costa Filho).

O pedido de impeachment foi elaborado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL) e já conta com 117 assinaturas. A justificativa para o afastamento do presidente está relacionada a supostas irregularidades no programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação (MEC), apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A adesão de parlamentares da base ao pedido de impeachment levanta questionamentos sobre a solidez da aliança governista e o controle do Palácio do Planalto sobre seus aliados. Com cargos estratégicos ocupados, mas com setores internos resistentes ao governo, o desafio para Lula será manter a governabilidade diante desse racha político.