Barro de Caruaru pode ganhar selo de Indicação Geográfica em projeto da Adepe e Sebrae/PE

Mário Flávio - 22.04.2025 às 12:24h

Um dos maiores símbolos da identidade cultural de Pernambuco, o artesanato de barro de Caruaru poderá ser oficialmente reconhecido como Indicação Geográfica (IG). A certificação, que valoriza produtos com forte ligação ao território e à tradição local, faz parte de um novo projeto da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e do Sebrae/PE, com investimento de R$ 2,9 milhões e previsão de conclusão até 2026.

A proposta é identificar, estruturar e solicitar junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) o reconhecimento de 13 novos produtos típicos do estado. Além do barro caruaruense, foram incluídos na lista o mel do Araripe, abacaxi de Pombos, café de Triunfo, manta caprina de Dormentes, artesanato de Tracunhaém e Sertânia, a renda renascença de Poção e produtos gastronômicos como queijo coalho artesanal e os bolos de rolo, de noiva e Souza Leão.

Caruaru, que abriga 79 estabelecimentos de artesanato e mais de 11 mil artesãos cadastrados no SICAB, é considerada o maior polo de produção artesanal do estado, com destaque para os icônicos bonecos de barro popularizados por Mestre Vitalino. O reconhecimento como IG pode impulsionar ainda mais o setor, conferindo ao artesanato local uma proteção legal e um diferencial competitivo em mercados nacionais e internacionais.

Segundo o presidente da Adepe, André Teixeira Filho, o projeto é estratégico para fortalecer os arranjos produtivos locais. “O crescimento do nosso PIB dá sinais claros da importância da nossa agricultura e dos nossos arranjos produtivos. Queremos dar visibilidade ao que é feito em Pernambuco e tornar nossos produtos exemplo de valorização regional”, afirmou.

O superintendente do Sebrae/PE, Murilo Guerra, reforçou a importância da ação. “As Indicações Geográficas agregam valor, protegem o conhecimento tradicional e estimulam o desenvolvimento dos pequenos negócios, promovendo o reconhecimento das riquezas culturais e produtivas dos nossos territórios”, pontuou.

Hoje, Pernambuco possui apenas três IGs registradas: Vinhos do Vale do São Francisco, Uvas e Mangas de Petrolina, e o Porto Digital do Recife. Com o novo projeto, o estado busca ampliar sua presença no mapa nacional das IGs, que já conta com 130 certificações em todo o país.