Na estreia de Gabriel Galípolo na liderança do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano, nesta quarta-feira.
A decisão foi unânime entre os nove diretores do Copom.
O BC ainda repetiu a sinalização de que deve aumentar a taxa em mais 1 ponto percentual na próxima reunião, em março, quando a Selic pode chegar a 14,25%.
O aumento desta quarta foi definido com unanimidade por todos os nove membros do comitê, que agora conta com sete indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um crítico contumaz dos juros elevados.
Com a decisão de hoje, a Selic retoma o mesmo patamar de agosto de 2023. Esse é o quarto aumento consecutivo dos juros básicos nesse ciclo de aperto, que foi iniciado em setembro do ano passado. No acumulado, a taxa já subiu 2,75 pontos percentuais.
O novo aperto de 1 ponto percentual, porém, já era amplamente esperado pelo mercado financeiro e pelo mundo político, já que o próprio BC tinha sinalizado neste sentido em dezembro.
Os juros básicos mais altos funcionam como um freio para o crescimento econômico e para a inflação, mas as expectativas não cedem devido ao impacto cambial e a temores políticos e fiscais. Também há preocupação dos agentes econômicos em relação à trajetória da dívida pública brasileira.
Além da piora significativa nas expectativas de inflação, o Copom também se deparou com uma piora da cotação do dólar ante a última reunião, apesar do alívio no valor da moeda estadunidense nos últimos dias.
Outra novidade negativa foi a paralisação do ciclo de queda de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos na primeira reunião após o retorno de Donald Trump à Casa Branca. As políticas do republicano também trazem mais incerteza para a economia global.
