Audiência do MPPE apura caso de transfobia na Guarda Municipal de Jaboatão dos Guararapes 

Jorge Brandão - 22.03.2022 às 14:55h
Foto: Divulgação

 6ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Jaboatão dos Guararapes, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), realizou uma audiência presencial para colher depoimentos e informações sobre denúncia de transfobia contra o ex-comandante da Guarda Municipal local, que teria desrespeitado a identidade de gênero da policial transexual Abby Moreira. 

Na audiência, ocorrida na segunda-feira (14) e presidida pela promotora de Justiça Isabela Bandeira, a vítima declarou que a transfobia contra ela ocorre desde sempre e que ela nunca foi respeitada pelo ex-comandante Admilson Silva de Freitas e por outros integrantes. Abby Moreira relatou que realiza tratamento psiquiátrico desde agosto de 2021, o que a obrigou a tirar uma licença médica, mas que em outubro passado foi readaptada ao trabalho. No período em que esteve afastada, afirmou ter recebido ligação ameaçadora do ex-comandante acusando-a de faltar ao trabalho.  

Os representantes da Secretaria de Direitos Humanos do município declararam que, com o reconhecimento dos fatos, houve um acordo com a agente Abby Moreira, com sua readaptação à corporação, assim como em questão financeira, com pagamento de retroativos. Inclusive, o comandante foi exonerado pelo prefeito Anderson Ferreira. 

Já o presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão dos Guararapes, Erick Davison de Souza, alegou não ter desentendimentos com o ex-comandante, mas presenciou ele se dirigir à vítima usando pronome masculino várias vezes, também a chamando pelo nome de nascimento e não seu nome social. 

O acusado Admilson Silva de Freitas negou as acusações, alegando que jamais desrespeitou ou ameaçou AbbyMoreira. Ele relatou ainda estar sofrendo perseguição do Sindicato. 

Já o presidente do Conselho Municipal LGBT sugeriu que fosse celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta para que a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes educasse seus servidores a não cometerem atos de LGBTfobia e ofereceu o Centro Estadual de Combate à Homofobia para ajudar na formação.