Atropelamento de militante do MST gera embate entre deputados na Alepe

Mário Flávio - 16.04.2025 às 07:49h

Um grave atropelamento ocorrido durante uma marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nesta terça-feira (15), no Recife, provocou reações divergentes na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O episódio, que deixou um idoso gravemente ferido e internado no Hospital da Restauração, foi classificado como intencional por membros do movimento e denunciado como um ato de violência política.

A deputada estadual Dani Portela (PSOL) usou a tribuna para manifestar sua indignação com o ocorrido, afirmando que um motorista teria jogado deliberadamente o carro contra os manifestantes. A marcha fazia parte da programação do “Abril Vermelho”, conjunto de mobilizações organizadas pelo MST em várias regiões do Estado.

“É inadmissível que um ato pacífico, que luta por direitos fundamentais como terra e dignidade, seja alvo de violência dessa magnitude. Estamos falando de um trabalhador idoso, um ser humano, vítima de um possível atentado”, afirmou a deputada, cobrando apuração rigorosa do caso.

Em contraponto, o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) também lamentou o atropelamento e se solidarizou com a vítima, mas criticou duramente a atuação do MST. “Não posso compactuar com nenhuma forma de violência, mas é preciso reconhecer que o MST tem um histórico de ações radicais, ocupações e desrespeito às leis. Não é possível agora posarem de vítimas, quando muitas vezes são os autores de atentados à ordem e à propriedade”, declarou.

O caso acirrou os ânimos no plenário da Alepe, evidenciando o contraste entre visões políticas sobre os métodos de mobilização social e a atuação de movimentos como o MST. O atropelamento está sendo investigado pelas autoridades competentes, e o motorista envolvido deverá prestar depoimento.