Pesquisa PoderData mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro é aprovado por 55% dos brasileiros que receberam ou aguardam receber o auxílio emergencial. Houve alta de 5 pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada de 3 a 5 de agosto. A taxa segue ligeiramente superior à média geral (52%), ainda que dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais.
A desaprovação entre os beneficiários do auxílio manteve-se estável: passou de 37% para 36% –variação dentro da margem de erro. Na avaliação geral, 40% rejeitam o governo.
O levantamento aponta que há meses o pagamento do auxílio de R$ 600 concedido para mitigar a crise econômica causada pela pandemia de covid-19 tem impacto positivo na popularidade do governo.
Bolsonaro estuda uma 2ª prorrogação do auxílio. Deve ser estendido até o fim do ano, com valor entre R$ 250 e R$ 300.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é realizada em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Os dados foram coletados de 17 a 19 de agosto, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 481 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
O levantamento mostra ainda que a aprovação do governo Bolsonaro cresceu entre os que não recebem o benefício. No grupo de pessoas que tiveram o cadastro no programa recusado, 52% aprovam o governo. Antes, eram 34% desse grupo que avaliavam positivamente a administração federal.
Entre aqueles que não estão aptos a receber o auxílio, a proporção de pessoas que aprovam o governo subiu de 45% para 51% em duas semanas.
AUXÍLIO X TRABALHO DE BOLSONARO
O PoderData também perguntou aos entrevistados sobre o trabalho individual do presidente. Bolsonaro é bem avaliado (“ótimo” e “bom”) por 40% dos beneficiários do auxílio emergencial (o que representa empate técnico, no limite da margem de erro, com os 38% da população em geral que avaliam positivamente o trabalho do presidente). Em duas semanas, houve alta de 6 pontos percentuais na aprovação de Bolsonaro entre quem recebe os R$ 600.
Nesse grupo, a rejeição manteve-se estável em 30%, considerando a margem de erro.
A percepção negativa sobre o desempenho de Bolsonaro na Presidência caiu entre os que não estão aptos a receber o benefício. São 39% desse grupo que rejeitam o presidente. Há 1 mês, 50% dos que não recebem o auxílio o avaliavam como “ruim” ou “péssimo”.
Os que tiveram o cadastro recusado também passaram a rejeitar menos o chefe do Executivo. Há 1 mês, eram 47%. Agora são 37%.
AUXÍLIO EMERGENCIAL
O PoderData mostra ainda que quase metade dos brasileiros já recebeu ou está para receber o auxílio: 32% receberam ao menos uma das parcelas, e 12% aguardam o pagamento. Representam 44% da população acima de 16 anos.
Aqueles que tentaram, mas não conseguiram o benefício somam 11%. Houve queda de 5 pontos em duas semanas. Eram 16%. No fim de julho, o governo analisou requerimentos que contestavam a não concessão do benefício. Liberou pagamentos a mais 805.318 pessoas.
Outros 38% declararam não estar aptos a receber os pagamentos do governo.
O auxílio emergencial foi criado para mitigar a crise econômica causada pela pandemia da covid-19 –doença respiratória provocada pelo novo coronavírus. Com o isolamento social, milhões de brasileiros ficaram sem trabalhar. A intenção era fazer 3 pagamentos de R$ 600 mensais. Com a continuidade da pandemia no país, o governo prorrogou o benefício por mais 2 meses.
A 1ª parcela começou a ser paga em abril. Muitos ainda não tinham feito o cadastro. O pedido para receber as 5 parcelas podia ser feito até 2 de julho.
Hoje, há 1 escalonamento de pagamentos de acordo com a data em que o beneficiário conseguiu fazer o cadastro e o mês de seu aniversário. Haverá pessoas recebendo até o final de novembro. Leia aqui o calendário de pagamentos.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, até agora 66,5 milhões de pessoas receberam o dinheiro. O governo já liberou R$ 166,4 bilhões aos beneficiários. Não há nada parecido na história recente do país em termos de assistência social tão abrangente.
O Bolsa Família, por exemplo, beneficiou 14,3 milhões de pessoas em junho. Agora, 13,6 milhões dos brasileiros que dependem do programa estão recebendo os R$ 600 no lugar da bolsa, que varia de R$ 41 a R$ 96 por mês por família.
A região Nordeste é onde há maior número de beneficiários do Bolsa Família. De acordo com o governo federal, 7 milhões foram beneficiados em julho.