Lideranças do PSD, partido comandado por Gilberto Kassab, têm manifestado insatisfação com o comando do Ministério da Pesca e Aquicultura, atualmente chefiado pelo pernambucano André de Paula. Deputados governistas da legenda informaram a interlocutores do presidente Lula o desejo de trocar a pasta na reforma ministerial prevista para 2025, alegando que não se sentem representados ou contemplados pela estrutura e pelo orçamento da área.

André de Paula, ex-deputado federal por seis mandatos consecutivos, é o único representante da bancada do PSD na Esplanada dos Ministérios. Apesar de sua trajetória consolidada, as lideranças do partido criticam a pasta da Pesca por não ter um orçamento robusto nem projetos que gerem capital político em seus redutos eleitorais.

O Ministério da Pesca aparece com a quarta menor verba no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025, com apenas R$ 257 milhões, superando apenas os ministérios das Mulheres, Igualdade Racial e Empreendedorismo. Esse cenário tem gerado forte pressão dentro do PSD, que já comunicou ao Planalto que, caso André de Paula não seja transferido para outra pasta mais expressiva, o partido poderá abandonar o Ministério da Pesca como forma de sinalizar sua insatisfação e diminuir o alinhamento com o governo.

A insatisfação representa um desafio político significativo para o presidente Lula, que depende do apoio de legendas como o PSD para manter sua base de sustentação no Congresso. A crise também escancara a complexidade das negociações políticas em torno da reforma ministerial, em um momento em que o governo busca reforçar sua governabilidade diante de demandas crescentes de partidos aliados.

A possibilidade de ruptura pode impactar diretamente o apoio do PSD nas pautas de interesse do governo. Resta saber se o Planalto conseguirá oferecer uma solução que satisfaça a legenda e garanta a manutenção de seu apoio em 2025.