Ana Maria de Barros: “No Alto do Moura, achamos uma vergonha o que estão fazendo nos guias”

Mário Flávio - 29.08.2012 às 08:00h

A cientista política Ana Maria de Barros fez uma análise da primeira semana do guia eleitoral. Ela disse que os programas são previsíveis e que falta maior discussão sobre os problemas da comunidade. Moradora do Alto do Moura, Ana Maria garantiu que a comunidade está envergonhada com a exposição nos dois guias eleitorais.

Como a senhora avalia o foco das discussões do guia eleitoral?

Ana Maria de Barros – É um guia previsível, tradicional com foco nas rivalidades entre os dois grupos políticos. De um lado Miriam tenta desconstruir a administração atual e do outro lado Zé Queiroz se defende e atacando também. Ninguém avança muito no campo das propostas. Miriam vai reconstruir sem explicar como e Queiroz vai ampliar sem apresentar um plano de metas. Não há discussão, há bate-boca e agressividade.

O que as coordenações poderiam fazer para propor um guia de alto nível?

Ana Maria de Barros – Assistir outros, como o de Geraldo Júlio por exemplo. É um guia claro que aponta falhas com elegância, que usa a imagem do Governador com inteligência e astúcia, e o ambiente em Recife não é dos melhores. Tem bom gosto e respeita a inteligência do eleitor.

Faltam propostas concretas aos guias em Caruaru?

Ana Maria de Barros – Na verdade está faltando bom senso, ainda temos muito tempo até a eleição e as coisas podem ficar mais rudes. É um péssimo exemplo para a juventude, acho que com o clima que a cidade vive os candidatos precisam sair da superficialidade, falta consistência nas propostas.

O debate no twitter é intenso. A senhora concorda que as coordenações de campanhas fiquem usando as redes sociais para provocar os adversários?

Ana Maria de Barros – Faltam explicações didáticas dos planos de governo, as propostas parecem improvisadas. Acho que este comportamento revela amadorismo, como no caso do restaurante do Alto do Moura.

A senhora mora no Alto do Moura. Como os moradores daí estão reagindo a essa briga intensa das duas coligações?

Ana Maria de Barros – Aqui achamos vergonhosa esta briga, temos problemas sérios que devem ser tratados de forma suprapartidária e não de forma eleitoreira.