O juiz da Comarca de Altinho, José Adelmo Barbosa, determinou a realização, em caráter de urgência, da reconstituição do suposto atentado ocorrido contra o prefeito eleito do município, José Ailson de Oliveira (PSD) e seus dois auxiliares, José Simão e Eden Lessa. Os três foram indiciados pelo delegado Alexandre Veras, da 14ª delegacia de Polícia Civil, de Altinho, por terem forjado um suposto atentado durante a campanha das últimas eleições municipais no dia 28 de setembro.
Em seu despacho, o Magistrado justifica a decisão afirmando “tratar-se de um fato, provavelmente, de conotação política, que precisa ser urgentemente esclarecido”. No relatório de indiciamento, o delegado afirma que, com base nas provas colhidas, a suposta tentativa de homicídio foi forjada “visando…influenciar a vontade do eleitor”. O despacho do Juiz determinando a realização da reconstituição atende à solicitação feita pelo promotor de justiça do Ministério Público Estadual, Giovany de Sá Leite, que também solicitou a realização de outras diligências. No documento encaminhado ao juiz, o promotor afirmou entender que, ao indiciar as pretensas vítimas, o delegado Alexandre Veras “agiu com absoluto acerto”.
Ao contrário do que as supostas vítimas haviam declarado, no inquérito Veras afirma que a pericia realizada no veículo constatou que os disparos foram realizados de forma agrupada, enquanto o veículo estava parado e que o atirador estava numa distância de três metros. Dessa forma, o laudo desmente a versão de que o carro foi alvejado em movimento por um atirador que trafegava uma motocicleta. Além disso, testemunhas que moram no Sítio Cajueiro, localidade onde teria acontecido o atentando, disseram que não ouviram estampidos de arma de fogo, nem viram passar pela localidade nenhum veículo.
Ainda no relatório, o delegado destaca o fato do José Simão, auxiliar do prefeito eleito, não ter se preocupado com os danos causados ao veículo que é de propriedade da sua esposa. Outro ponto que chamou a atenção do delegado foi que, após a liberação, o carro envolvido no incidente ficou exposto vários dias em frente ao comitê de campanha de José Ailson que está sendo indiciado no artigo 340 do Código Penal, por comunicação falsa de crime.