
Os números não mentem, mas os aliados da governadora Raquel Lyra (PSDB) continuam firmes em seu apoio, mesmo diante de uma pesquisa que aponta apenas 16% de aprovação entre os eleitores do Recife. A pesquisa Datafolha revelou uma desaprovação alarmante de 48%, mas a reação de aliados reflete uma confiança na liderança e na missão que ela assumiu.
Um aliado próximo comentou: “Ainda bem que ela é governadora e não prefeita”, minimizando a importância dos índices de popularidade específicos da capital pernambucana. Outro aliado foi ainda mais enfático: “As pessoas têm memória curta. Como resolver em dois anos de governo os descasos do PSB?”, questionou, referindo-se ao legado problemático deixado pelo Partido Socialista Brasileiro, que governou o estado por mais de uma década.
Essa linha de pensamento reflete a estratégia do grupo de Raquel Lyra em concentrar-se no longo prazo, confiando que as melhorias estruturais e as políticas públicas implantadas por seu governo eventualmente conquistarão o apoio dos eleitores. No entanto, a realidade política é que a Região Metropolitana do Recife concentra cerca de 40% do eleitorado pernambucano, e a baixa aprovação na capital é um sinal de alerta que não pode ser ignorado.
Ademais, a popularidade do prefeito do Recife, João Campos (PSB), é um desafio significativo para a governadora. Com uma aprovação de 75%, João Campos se posiciona como um adversário formidável para Raquel Lyra nas eleições de 2026, quando ambos provavelmente disputarão o governo do estado. A comparação direta entre os índices de aprovação de ambos os líderes cria um contraste que pode influenciar fortemente os eleitores da região.
A pergunta que permanece é se Raquel Lyra conseguirá reverter esse cenário desfavorável e aumentar sua base de apoio na capital e em seus arredores. Seus aliados acreditam que é possível, apontando para o tempo que resta até as próximas eleições e para os desafios herdados que ela tem enfrentado com determinação. No entanto, a política é implacável e, frequentemente, a percepção pública é moldada por resultados tangíveis e pela capacidade de comunicação dos feitos realizados.
Enquanto isso, a governadora e sua equipe precisam intensificar os esforços para melhorar os indicadores e, ao mesmo tempo, comunicar de forma eficaz os avanços e conquistas de sua administração. A tarefa é árdua, mas no mundo da política, a perseverança e a capacidade de adaptação são cruciais para transformar desafios em oportunidades. O tempo dirá se a resiliência dos aliados de Raquel Lyra será recompensada com uma reviravolta na percepção pública ou se os ventos políticos continuarão a soprar a favor de João Campos e do PSB. A conferir.