A sessão da Câmara de Santa Cruz do Capibaribe desta terça-feira (10) escancarou um fato político incontestável: Helinho Aragão sai dessa com uma das maiores vitórias do mandato. Com habilidade de articulação e capacidade de diálogo — inclusive com vereadores que lhe fazem oposição — o prefeito conseguiu aprovar por unanimidade o projeto que autoriza a contratação de R$ 91 milhões via FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), recurso que bancará um conjunto robusto de obras estruturantes para a cidade.
Não é exagero dizer que a votação unânime surpreendeu até os mais otimistas aliados do governo. O cenário era de incerteza até poucos meses atrás. Helinho assumiu a Prefeitura em um ambiente fragmentado, herdando um histórico de embates entre Executivo e Legislativo. Mesmo assim, conseguiu algo que nem Fábio Aragão — seu antecessor e aliado — obteve em seu mandato: aprovação unânime de um financiamento bilionário.
Na prática, o resultado é fruto de um trabalho político silencioso, mas eficiente. O prefeito tratou o projeto com transparência, envolveu o vice-prefeito Flávio Pontes nas negociações e conduziu reuniões com praticamente todos os parlamentares, abrindo o diálogo até com críticos ferrenhos. Não houve imposição; houve convencimento. E isso é um trunfo que pesa.
O financiamento viabiliza obras de impacto direto na vida da população: a construção do Hospital Municipal Fernando Aragão, a Via Expressa que deve redesenhar o fluxo urbano, um novo matadouro público e a cobertura do canal no centro. São projetos que mexem com o sentimento popular e que, se executados com eficiência, podem consolidar Helinho como um dos prefeitos mais realizadores da história recente da cidade.
A sessão também teve um simbolismo político forte: Fábio Aragão, que não conseguiu aprovar esse mesmo projeto durante sua gestão por falta de maioria, estava presente e vibrou com a aprovação. O hospital que leva o nome de seu pai, Fernando Aragão, ganha agora a possibilidade concreta de sair do papel — um aceno também à memória e ao legado da família.
O momento é de vitória para o governo municipal, mas também impõe responsabilidade. Com os recursos em mãos, caberá à gestão transformar promessa em entrega, discurso em obra. O capital político foi conquistado. Agora, a expectativa é por execução.
