A tendência MAIS que ocupa espaço na gestão Zé Queiroz com as pastas de Participação Social e Mulher também decidiu se manifestar sobre o Segundo Turno em Caruaru. Seguindo a candidata a vice na chapa de Jorge Gomes, Louise Caroline, que optou pela neutralidade, a Tendência, que tem hoje nomes como o vereador eleito Daniel Finizola e o secretário Léo Bulhões, também não vai votar em Raquel Lyra e Tony Gel no Segundo Turno. Segue abaixo a íntegra da nota.
NOTA do MOVIMENTO DE AÇÃO E IDENTIDADE SOCIALISTA
O MAIS, Movimento de Ação e Identidade Socialista, é um movimento social e político, de esquerda, com referência nos partidos que lutam pelos direitos dos/as trabalhadores/as no mundo, em especial o Partido dos Trabalhadores – PT.
Acreditamos que a política brasileira, e mundial, sofre uma crise profunda de representatividade, onde desvios ideológicos, práticas de corrupção e a opção de dirigentes, dos mais diversos partidos, em transformar suas legendas em grandes negócios afastaram o povo desse tipo de política e de políticos. Pensamos que o PT é instrumento do povo e deve voltar às origens de luta, junto aos movimentos sociais, diminuindo assim a influência de falsos líderes que usam o Partido dos Trabalhadores/as como balcão de negócios o tempo inteiro. Para nós, o PT precisa resgatar o espírito de luta, o diálogo com a classe trabalhadora e reinventar a forma de se comunicar, juntamente com a forma de fazer política, sempre na busca por mais participação das pessoas.
Em Caruaru, após 10 anos de existência, o MAIS logra êxito em um processo político eleitoral, ao apresentar pra sociedade uma forma diferente do fazer política. Apresentamos a companheira Louise Caroline, que compôs como candidata à vice-prefeita, na chapa com Jorge Gomes (PSB com posição não golpista), de forma ativa, participativa e de comunicação própria no processo eleitoral e não uma coadjuvante meramente decorativa. Além de Louise, a candidatura à câmara legislativa municipal, com o companheiro Daniel Finizola 13013, tendo sido eleito vereador com 2.017 votos, sem compra de votos, troca de favores ou assistencialismo. As candidaturas do MAIS foram contundentes ao demarcar campo contra o golpe de Estado, reforçando a palavra de ordem “Fora Temer” em todos os momentos.
Infelizmente, a maioria da população preferiu seguir outros caminhos e levou ao segundo turno o ex-prefeito Tony Gel (PMDB de Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros) e Raquel Lyra (PSDB de Aécio Neves, FHC, José Serra).
Através de amplo debate interno, o MAIS compreende que, na política, sempre caberá dialogar, mesmo com as forças mais inconsequentes, pois, acreditamos que é no campo das ideias que iremos avançar e fazer da política um espaço de mudança da nossa sociedade, de elevação da consciência de nosso povo. Entretanto, o diálogo que oferecemos não pode ser de meias verdades, precisa ser honesto, principalmente com nós mesmos, com nossos princípios e com quem acredita que podemos ser a mudança que queremos no mundo.
Desta forma, o MAIS entende que não é possível debater sobre o 2º turno das eleições em Caruaru de forma maniqueísta, reduzindo a duas opções, pois, existe uma posição altiva de quem ganhou espaço político com a escolha de negar sustentação a projetos ligados ao golpe contra a democracia. Para nós, este debate não é entre Tony Gel e Raquel Lyra, é entre dois candidatos/as que defendem o governo Temer e todo o desmonte das políticas sociais, de um lado, e aqueles/as que defendem os trabalhadores/as, através de um projeto político ousado que iniciamos agora e que queremos fortalecê-lo com vistas em 2018, do outro.
Respeitamos todos/as que optam pelo “menos ruim” neste 2º turno, como dizem para justificar suas posições. E entendemos o significado de termos “um pior que o outro”, de fato. Mas não será nossa responsabilidade o resultado final, pois, o projeto que defendemos é aquele que não foi adiante, por decisão do voto, no primeiro turno. Neste sentido, no segundo turno o MAIS defende o “nem o PMDB, nem o PSDB nos representam” e cumprirá com a sua função para o qual foi eleito: acompanhar e fiscalizar o Executivo Municipal em defesa dos/as trabalhadores/as e dos diferentes segmentos da sociedade.
O MAIS garante, portanto, mais uma vez sua autonomia e reafirma a condição de utilizar a política e os espaços políticos dos quais participa, por conquista e não por favores, para apresentar, seja quem for o agrupamento vitorioso nesse segundo turno, a necessidade de manutenção das políticas e instrumentos de defesa dos direitos dos segmentos invisibilizados, das políticas de participação social, de atenção com quem desenvolve a cultura, do fortalecimento do SUS, das políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres, das políticas de fortalecimento da cidadania da população LGBT, negros/as, povos de terreiros, pessoas com deficiência e todos os grupos sociais historicamente oprimidos.
Por uma nova cultura política!
#TamoJuntoCaruaru
Caruaru, 11 de outubro de 2016.