Alta de 0,5% da Selic deve aprofundar a recessão e reduzir emprego, afirma Mendonça Filho

Mário Flávio - 30.04.2015 às 09:16h

A alta de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros da economia, a Selic, deve aprofundar a recessão na qual se encontra o país e reduzir ainda mais o nível de emprego, avalia o líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho. “Numa situação normal, o Banco Central deveria estar reduzindo a taxa de juros para contribuir com a retomada do crescimento econômico e da geração de novos postos de trabalho”, afirma.

 

Nesta quarta-feira, o  Copom elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano, quinto aumento consecutivo desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro. O líder do Democratas lembra que a primeira alta ocorreu menos de uma semana após o final da campanha, contrariando discurso da então candidata. “Foi só o primeiro capítulo da novela do estelionato da campanha, quando a candidata prometeu muito, mas tem entregado pouco”, afirmou.

 

Mendonça Filho lembra que os sucessivos aumentos da Selic se dão num momento de recessão econômica e de aumento do desemprego, com a economia brasileira caminhando para queda em torno de 1,10% em 2015.

Ele lembra que, após o aumento de 0,5 ponto percentual, os juros reais no Brasil, já considerada a expectativa de inflação para os próximos 12 meses que consta do boletim Focus, vão para 6,8% ao ano. “É a maior taxa real de juros do mundo!”, afirma o deputado Mendonça Filho, citando a diferença entre a taxa aplicada no Brasil e nos outros países. China e Índia têm taxas que agora são menos da metade da brasileira, em torno de 3% ao ano. EUA tem taxa real zero. Na Zona do Euro, a taxa real é negativa, assim como o Canadá. Mesmo a Rússia, que chegou a liderar o ranking ao final de 2014, agora está com taxa real bem baixa, tendo em vista o forte aumento na expectativa de inflação.