Do G1 Caruaru
A morte de um bebê no último domingo (15), em Caruaru , no Agreste de Pernambuco, revoltou uma família. De acordo com a avó da Criança, Ana Lúcia Santiago, teria havido negligência no atendimento realizado na Casa de Saúde Bom Jesus, também em Caruaru. Segundo Ana, a filha dela deu entrada 5 vezes na unidade com dores e não teve o parto realizado.
Larissa Santiago, de 16 anos, estava grávida de oito meses, quando deu entrada na última sexta-feira (13) na unidade de saúde. Segundo a família, ela estava com muitas dores e um pequeno sangramento. Além disso, a criança não estaria se mexendo. O médico que a examinou, teria dito que ela poderia ir para casa e aguardar, porque o bebê estava bem e o dia do parto ainda não tinha chegado.
No domingo (15), com muitas dores, Ana Lúcia levou a filha novamente para a Casa de Saúde. “O pessoal da triagem tentou ouvir o coração da minha netinha, mas não conseguiu. Veio um médico e também não conseguiu. Pediram então uma ultrassom, mas não acharam a chave da sala”, afirma a avó. Segundo Ana, por causa da falta da chave, a filha foi transferida para o Hospital Jesus Nazareno, conhecido popularmente como Fusam, para realizar o procedimento. Na unidade, foi confirmado que o bebê estava morto.
Após a ultrassom, Larissa foi levada de volta para a Casa de Saúde. “Deixaram minha filha numa cama, sozinha, morrendo de dor. Os gritos dela podiam ser ouvidos até no meio da rua. Ninguém fez nada para ajudar. Tive medo de perder no mesmo dia minha netinha e minha filha”, conta a avó.
Ela disse que só após algumas horas um grupo de enfermeiras se aproximou dela e resolveu levá-la para a sala de parto e induzir o nascimento da criança. A menina foi retirada sem vida com 3,32 kg.
A avó espera que alguma providência seja tomada. “Eu quero justiça. Esse descaso tem que acabar. Quero que os governantes tenham um atitude para resolver esse problema. Não é a primeira vez que uma família perde alguém naquele lugar”, relata.
A Secretaria de Saúde já investiga outras duas mortes ocorridas na unidade de saúde.
Sobre esse caso, o G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da secretaria, que afirmou que foi aberto um inquérito administrativo e procedimento padrão de investigação para apurar as condições em que ocorreu o falecimento. O prazo para conclusão do inquérito e do procedimento administrativo é de 90 dias.