Opinião – Bienvenidos – por Carlos Alexandre*

Mário Flávio - 28.08.2013 às 15:25h

Quando vi a chegada dos médicos cubanos, como também os de outras nações – esses últimos através do programa Mais Médicos – fiquei imaginando a felicidade daqueles que moram nos rincões do Brasil. Que muitas vezes morrem por falta de uma assistência médica primária. Mas, também fiquei impressionado com o corporativismo dos médicos brasileiros que ignoram o sofrimento daqueles que estão nessas regiões distantes. E, esquecem do Juramento de Hipócrates que fizeram no ato de suas formaturas.

Desde a última semana tenho acompanhado a chegada dos médicos. Andei “fuçando” em portais de notícias, telejornais, revistas e jornais. Até o momento o que vejo tem sido satisfatório. Percebi que a grande maioria tem em média 10 anos de experiência como também atuam em áreas complexas, mostrando habilidade com o exercício da profissão. Isso sem levar em consideração que, aqui em nosso País, apenas atuarão na Atenção Básica. Mesmo como um leigo no assunto, vejo isso com bom grado.

Dentro do contexto duas coisas me preocuparam: 1º A hostilidade dos médicos brasileiros com os “forasteiros” na chegada em alguns aeroportos. Como também, nas entrevistas dadas à imprensa. Juro que tento acreditar na preocupação dos nossos médicos com as condições de trabalhos dos nossos hermanos. Também na preocupação com as pessoas que serão atendidas por eles. Mas, ora bolas, quantos já morreram a espera de um médico nos longínquos desse País e eles nem-nem!? 2º E não menos preocupante, são as condições análogas ao trabalho escravo que nossos hermanos podem ser submetidos, isso segundo a imprensa. Fala-se que no mínimo 50% de seus salários serão destinados ao governo cubanos dos irmãos Castro. Coisa absurda que precisa ser revista pelo governo dos dois países através de acordo bilateral.

Contudo, vejo a vinda dos médicos estrangeiros como uma boa e corajosa iniciativa do governo brasileiro que deveria ter sido tomada bem lá atrás, que com certeza teria evitado a morte de centena de milhares de pessoas. Por fim, desejo boa sorte aos médicos que chegaram ao nosso País. Bienvenidos!

*Carlo Alexandre é servidor público