Além de entrar com o pedido de Habeas Corpus, a defesa do vereador caruaruense Jajá (PPS) também havia entrado com um pedido de revogação da prisão preventiva do edil no fórum local, baseado em falta de elementos que justificassem a reclusão. Os advogados conseguiram a liminar de soltura junto ao TJPE, mas a 4ª Vara Criminal indeferiu o pedido, baseando-se em informações de um outro elemento contra o vereador, que daria conta de uma tentativa de homicídio do parlamentar contra o próprio pai, em 2010.
No contexto
Desembargador concede Habeas Corpus para Jajá
Um dos advogados de Jajá, José Américo, disse que ainda não tinha sido notificado da decisão do juiz responsável pela vara, Pierre Souto Maior. “Nós passamos a tarde no tribunal, vou fazer uma análise dos argumentos de Dr. Pierre, mas o que importa é que Jajá está solto e vai responder o processo em liberdade, apresentando seus argumentos de defesa. Ainda não posso dar detalhes sobre essa decisão do fórum local, pois não fui comunicado. Também precisamos avaliar esse novo elemento que foi juntado ao inquérito”, explicou.
Na verdade, ocorreu que a 4ª Vara Criminal não havia tomado conhecimento da medida liminar do desembargador Nivaldo Mulatinho, que concedeu o Habeas Corpus ao vereador. Ainda assim, o pedido foi indeferido, por levar em conta justamente essa suposta tentativa de homicídio, algo de que provavelmente o desembargador ainda deve tomar conhecimento. Essa nova documentação foi repassada pelo delegado Marcio Cruz, da Polícia Civil.
No texto do indeferimento, antes do Habeas Corpus, o magistrado cita o registro policial contra Jajá na época: “Quando ia comprar tecido foi até a casa de seu pai e lá encontrou com seu irmão com as roupas sujas de sangue, momento que a depoente perguntou de quem era esse sangue e Jailson lhe respondeu que ‘o sangue era de seu pai’ e que só não matou ele porque nso tinha um revolver, que acompanhou seu genitor a esta delegacia posteriormente ao HRA onde o mesmo foi atendido, e lhe prestaram primeiros socorros”, cita o texto do indeferimento que, buscando destacar o comportamento violento do edil, no entanto não se sobrepôs à decisão do desembargador. Por enquanto, o vereador já está em casa, com familiares, e deve anunciar até o fim da manhã se estará em condições de conceder entrevista coletiva à imprensa no período da tarde desta quarta-feira (31). Em agosto, deve haver a primeira audiência sobre o caso.