Segundo divulgou a Jornal O Globo com o melhoramento da renda dos trabalhadores brasileiros do último ano, o Brasil tornou-se de classe média. Economistas calculam que 55% da população podem ser considerados assim. Na matéria o sociólogo Jessé Souza denomina de “nova classe trabalhadora precarizada”. — uma classe que foi inserida principalmente no comércio, em serviços e em pequenas indústrias. É mais explorada, aceita trabalhar 12, 14 horas por dia. A ascensão dessa classe ao consumo é real.
E isso é extremamente positivo, porque antes nem essa possibilidade existia. A sociedade moderna têm dois capitais importantes, o econômico e cultural. Essa visão empobrecida (de classe média) considera apenas a renda.
As sociólogas Christiane Uchôa e Celia Kerstenetzky, da UFF, analisaram os indicadores sociais da nova classe média, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2009. E se surpreenderam ao perceber que 9% dos pais de família do grupo são analfabetos, 71% das famílias não têm planos de saúde e 1,2% das casas (cerca de 400 mil) sequer têm banheiros. “A chamada nova classe média não se parece com a classe média como a reconhecemos” concluem as pesquisadoras.
Entre 2003 e 2011, 40 milhões de pessoas se juntaram à classe C no Brasil, que passou para 105 milhões de pessoas. Há melhoras em indicadores de educação e, principalmente, de trabalho, que dá sustentabilidade às conquistas. O que se chama de nova classe média precisa ser mais bem analisado e compreendido, é um grupo que tem acesso a vários bens, mas ainda falta muito para uma vida digna.
Têm-se aparelhos eletrônicos de alta tecnologia, TV plasma gigante, tablets, há os que têm acesso à moradia popular própria, mas muitas vezes a infraestrutura de saneamento, pavimentação, atendimento médico, educação adequada e uma série de outros direitos garantidos no artigo 6º da Constituição são negados. Enquanto esse crescimento atingir apenas a esfera econômica vai haver esse desequilíbrio. As mudanças precisam vir acompanhadas de políticas públicas e resgate de cidadania plena.
PARTICIPAÇÃO POPULAR – Caruaru se prepara para viver a etapa municipal da Conferência das Cidades, essa é a primeira vez que um evento neste porte é realizado. Depois das etapas preparatórias estabelecendo entre outras tarefas a comissão de organização, agora os encaminhamentos são na direção da realização da mesma, que está agendada para acontecer no final de maio. No dia 4 de abril, no Caruaru Park Hotel, haverá um encontro promovido pela coordenação estadual onde os municípios poderão tirar dúvidas.
CULTURA E CRECHES – As duas auditorias pública que aconteceram nesta semana além de trazer discussão sobre temas importantíssimos para a vida da cidade. Toda essa sequencia de oficinas, debates, seminários, são ferramentas indispensáveis a cidade que queremos: justa, com políticas de inclusão social e participação popular.
PÁSCOA DOS SEM TETOS – Neste sábado, 23, as famílias sem tetos da ocupação Che Guevara, no Alto do Moura, vão celebrar a Páscoa. Integrantes da coordenação estadual do movimento estão promovendo o ato.
SEMINÁRIO RURAL – O 1º Encontro de Lideranças Rurais de Caruaru, segunda 25, deve reunir 200 agricultores em Normandia, na comunidade Rafael, 2º distrito de Caruaru. O objetivo do evento é debater com a população pontos temáticos como: Minha Casa Minha Vida Rural, Mulheres do Campo, Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável / Território da Cidadania, Desenvolvimento Rural, Cinturão Verde e Agricultura Familiar / Reforma Agrária.
VOZES DA TERRA – No dia 26 de março, terça-feira, acontece o encerramento da primeira etapa do curso Vozes da Terra, no Centro de Formação Paulo Freire, Assentamento Normandia (Caruaru). A atividade será das 10hs às 12hs. Este é o primeiro do MST a nível estadual e une formação política com formação especifica e técnica em cultura e comunicação.
REFLETINDO – “Não há razão para termos medo das sombras. Apenas indicam que em algum lugar próximo brilha a luz.” Ruth Renkel