Caruaru acompanhou a série de manifestações que ocorreram no sábado (16) por todo o Brasil, em protesto à nomeação do deputado federal Marco Feliciano (PSC) para presidir a Comissão de Direitos Humanos. A mobilização foi realizada no início da tarde, no Marco Zero de Caruaru, organizado pela entidade ARTGAY Caruaru e outros Movimentos Sociais da Capital do Agreste, com articulação através das redes sociais. O ato reuniu cerca de 50 pessoas no centro da cidade e as palavras de ordem foram: “Feliciano não nos representa!”.
O parlamentar é alvo de protestos porque, em 2011, fez declarações polêmicas em redes sociais sobre africanos e homossexuais. Para o presidente do ARTGAY, Cleyton Feitosa, é preciso articular ações interligadas entre cidades, a fim de fortalecer a bandeira de protesto contra o deputado evangélico. “Fomenta ações voltadas para o Legislativo Federal a partir das localidades, algo necessário; potencializa as lutas coletivas fundamentadas na valorização dos direitos humanos em Caruaru, pondo-a na ordem do dia; estimula nos ativistas da cidade a necessidade de também lutar por questões identitárias (raça, orientação sexual, identidade de gênero, diversidades) com vistas a combater o conservadorismo daqui, já que temos movimentos fortes, mas que focam tradicionalmente em pautas econômicas, como a luta de classes”, explicou.
Na verdade, não se pode esperar que a manifestação na Capital do Agreste tenha atingido diretamente a Câmara Federal, mas Cleyton argumenta que foi uma forma inserir chamar a atenção do município para a pressão que tem sido feita contra a nova composição da Comissão de Direitos Humanos. “Não há um impacto direto sobre a Câmara dos Deputados, mas coloca Caruaru como uma das várias cidades brasileiras que se manifestaram contra essa nomeação indecorosa de Marco Feliciano, fortalecendo a pressão popular nacional exercida contra o Deputado Federal, suas posturas e declarações homofóbicas e racistas”, completou.
O vídeo abaixo mostra essa preocupação, com parte os militantes, representando diferentes entidades, reunidos para integrar a pressão contra o pastor Feliciano, que atualmente é alvo de ação penal no Supremo por estelionato e de inqúerito no qual foi acusado de discriminação por frase supostamente homofóbica. Contudo, em nota, Feliciano informou que respeita a democracia, mas que não vai ceder a pressões e não vai se afastar da Presidência da Comissão de Direitos Humanos.
BRASIL A FORA
Além de Caruaru, manifestantes promoveram ações em mais 27 cidades, entre estas, três de outros países: Buenos Aires, San Francisco e Paris. Na capital pernambucana, representantes de movimentos sociais também se articularam pelas redes sociais e realizaram ato público no centro recifense. No Rio de Janeiro, pelo menos 200 pessoas participaram neste sábado de um protesto em Copacabana. Em Salvador, mais de cem militantes se concentraram na Praça do Campo Grande, e contaram com a participação da vereadora Olívia Santana (PCdoB), da Escola Olodum, e de representantes da Associação Travestis e Transexuais de Salvador (Atras) e da Associação Brasileira de Gays Lésbicas Travestis e Transexuais (ABGLT).