Prefeitura iniciará fiscalização para limpeza urbana e organização de ambulantes no centro de Caruaru

Mário Flávio - 14.03.2013 às 15:30h

Reunião CDL Caruaru

As deficiências de limpeza urbana no centro de Caruaru foram tema de uma reunião entre empresários e representantes da Secretaria de Gestão de Serviços Públicos e URB, realizada durante almoço da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caruaru, no fim da manhã desta quinta-feira (14). A prefeitura Municipal planeja uma parceria com a categoria empresarial entidades, para realizar uma campanha de conscientização no centro e sanar problemas de organização urbana, a partir de um diagnóstico feito pela prefeitura. As ações neste sentido devem começar na próxima segunda (18).

Na prática, isso significa, de forma emergencial, iniciar uma fiscalização com agentes da ASPROMA e da Associação de Catadores de Lixo para limpeza urbana, o que deve ser complementado pelas ações de fiscais da prefeitura, que terão como missão um problema antigo de Caruaru, que é desobstruir as principais ruas da circulação desordenada de vendedores ambulantes. Para a secretária executiva de Serviços Urbanos, Fernanda Oliveira. “Essa reunião comporta a limpeza da cidade, com o apoio da associação dos catadores, em que a prefeitura faria a parte dela, com horário fixo de coleta e os catadores viriam para pegar o material reciclável, separando do material orgânico. Esse é um início de ações com preocupação com o meio ambiente. Primeiro vamos explorar o Parque 18 de Maio e o centro da cidade para que os lojistas e a população possam colaborar com a gestão ambiental”, explicou.

PROBLEMA ANTIGO

Essa reorganização é uma demanda que agrada os lojistas, mas também algo que vem sendo discutido há diferentes gestões no município, o que revela a ausência histórica de ações concretas de mobilidade urbana. Para o presidente da Federação de Câmaras de Dirigentes Lojistas de Pernambuco (FCDL-PE), Adjar Soares, faz-se necessário que essas ações não sejam apenas. “Eu tenho a experiência de lojista e de ex-secretário de Serviços Urbanos, e lembro que já discutimos esses mesmos problemas desde o fim da década de 1980. O problema não é lidar com ambulantes, pois no passado foram retirados 200 vendedores do centro da cidade, que depois buscaram outros pontos onde se instalar. O ponto central é que essas ações não podem ser isoladas, precisam ser mantidas, ampliadas e passadas de uma gestão municipal para outra, através de um planejamento de mobilidade. A ação da prefeitura é louvável, mas é preciso que a gestão esteja aberta ao diálogo para nos apresentar projetos concretos de melhorias desde a Rua 15 de Novembro ao Beco da Pequena de Ouro”, ponderou.

Para o secretário de Serviços Públicos, André Alexei, há um empenho municipal para alcançar esse diálogo. “Uma das coisas que necessitamos e começamos hoje é abrir o diálogo, começando com as entidades, e depois com toda a população, para que todos fiquem cientes das ações do governo: de onde vêm os recursos e como vamos investi-los. A vinda de R$ 250 milhões para o BRT vai dar grande suporte a esse processo de mobilidade. No que cabe à secretaria de Serviços Urbanos, faremos nossa parte com a limpeza urbana e com as ações de desobstrução de ambulantes”, ressaltou o secretário.

Entre os problemas identificados pela prefeitura, estão calçadas obstruídas no centro, camelôs invadindo a rua 15 de Novembro, invasão de comércio no Marco Zero e destruição de lixeiras do centro. Atualmente, a secretaria da Fazenda possui um cadastro com 300 ambulantes, mas já surgiram novos vendedores na área urbana. Isso revela também a preocupação dos empresários com o envelhecimento do comércio no centro.

“Para a gente amenizar os problemas que o crescimento de um município causa, há necessidade de um estudo profundo para que o desenvolvimento aconteça em um tempo mais rápido. Imaginamos que o projeto de construção do sistema BRT possa ser agregado a um processo que dê prioridade a um rejuvenescimento do centro urbano, com um novo padrão, para que haja uma modernização do espaço. Isso está diretamente ligado à coibição de certos vícios na área urbana, algo que deve ser feito de forma imperiosa e definitiva”, reforçou o vice-presidente da CDL Caruaru, Ivan Galvão, dirigindo-se diretamente à Secretaria de Serviços Públicos e à URB. Além de membros da CDL, a reunião contou com representantes da ACIC, Sindloja e SEBRAE, que se mostraram abertos a dialogar com a atual gestão para solucionar essas deficiências.