Durante a reunião da Câmara Municipal de Caruaru da terça-feira (26), os vereadores preferiram não comentar na tribuna sobre as recentes declarações dos professores da rede municipal de ensino, que afirmam que os parlamentares são inimigos da educação. No entanto, alguns deles conversaram com a equipe do blog e se defenderam, explicando que os professores estão sendo precipitados ao criticar a atualização do Plano de Cargos e Carreiras (PCC).
Do lado da base do governo, o discurso insistente da maioria é de que o projeto foi bem analisado antes de ser aprovado. Para Ricardo Liberato, presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, a culpa de os professores acharem. “Eu acho que isso faz parte de um processo democrático. Infelizmente não há um entendimento do que está acontecendo. Eu não só entendi o projeto como repassei para os demais colegas. Todos ficaram cientes de como o projeto na essência foi feito. A oposição atua de uma forma porque quer agarrar um mote para se contrapor ao governo José Queiroz. Welson tem deixado transparente que está aberto para receber todos os professores. E não só na educação, mas nas demais secretarias do município. Atribuo essa situação ao fato de que a oposição está fazendo o trabalho dela, e ela está esclarecida sobre o projeto, mas algumas pessoas não tomaram ciência do teor do projeto e querem que haja uma discussão, mas isso com certeza vai cair por terra, porque o que está dentro do projeto é a essência, só é interpretar item por item”, argumentou.
Já para o presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes na Câmara, Edjailson Santos (PTdoB), os professores estariam sendo precipitados, com uma postura agressiva contra os vereadores.. “Eu avalio de uma forma precipitada, existe a prática democrática de fazer um projeto, mas não com as atitudes que estão tomando junto com o Sindicato. Eles dizem que não ouviram falar do projeto, mas foi divulgado uma semana antes e dentro dessa votação não houve nada inconstitucional”, ressaltou o vereador.
OPOSIÇÃO “INCONSCIENTE”
Em paralelo, os vereadores da oposição que estiveram na reunião extraordinária de 31 de janeiro e votaram pela aprovação do projeto, agarram-se ao discurso de falha de comunicação da prefeitura, embora Jajá (PPS), Rozael e Neto, ambos do PMN, não tenham se recusado a aprovar a atualização do PCC. Jajá, aliás, que lidera a Comissão de Políticas Públicas para a Juventude, citou até um voto inconsciente. “Eu não tomei conhecimento, se nós assinássemos ou não, daria no mesmo. Erraram. Mas não posso dizer que os vereadores são inimigos, não posso falar por eles, mas eu mesmo votei inconsciente”, reconheceu Jajá. Problema feito, porque agora depois de uma série de desentendimentos e falta de diálogo, os professores agora estão realizado paradas alternadas em protesto contra o projeto.