UESC reunirá entidades no dia 13 para discutir possibilidade de aumento nas passagens

Mário Flávio - 11.01.2013 às 11:25h
Em reunião anterior da UESC, foi colocado em pauta possibilidade de aumento

Em reunião anterior da UESC, foi colocado em pauta possibilidade de aumento

A Associação de Transportadores de Passageiros de Caruaru já sinalizou que quer aumento na tarifa de passagem de ônibus, mas movimentos de classe na cidade também já estão se antecipando para articular um posicionamento bem definido contra uma possível proposta. Semana passada, a União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru (UESC) já havia convocado uma plenária reunindo representantes de alguns movimentos, e no próximo domingo, dia 13, um novo encontro deverá reunir estudantes e líderes sindicais, com o objetivo de traçar ações de protesto caso o aumento seja enviado como pauta para a Destra.

No contexto

Diretores de linhas de ônibus devem apresentar proposta de reajuste no preço da passagem em Caruaru

Para o presidente da UESC, Gleison Rodrigues, isso não seria colocar o carro na frente dos bois, porque o reajuste está acontecendo em várias cidades e ele usa Recife como exemplo. “No país todo os aumentos estão sendo implantados, em São Paulo, em Recife, em João Pessoa. Sempre que aumenta nas demais regiões do país e em cidades de grande porte, acontece aqui também. O que estamos fazendo é nos adiantando na discussão contra a possibilidade do reajuste. Em Recife foi implantado um reajuste de 5,53%, que mesmo sendo uma proposta inferior à original, continuou caro. Enquanto empresários de linhas de ônibus propõem aumentos de 10% ou 12%, há também aumentos nos preços de bens como alimentos, devido à inflação, enquanto os salários de trabalhadores, como os professores, apresentam aumentos insignificantes”, defendeu.

Pensamento similar ao do presidente do Centro Acadêmico de Pedagogia da UFPE, Francisco Neto, que acredita é preciso instigar a população em geral antes que uma proposta seja apresentada. “Dizer que isso é um absurdo é redundância, mas precisamos ampliar a discussão sobre o tema, e nossa ideia inicial seria a confecção de uma carta aberta, além de agir para convocar mais entidades e, caso seja necessário, em último caso, levantar um protesto nas ruas”, ressaltou. De fato, essa mobilização inicial, ainda que pequena, não se deu só por parte de movimentos estudantis, o que indica a necessidade de ampliação do tema, como defende o professor Fabiano Andrade, membro da Associação dos Trabalhadores em Educação de Caruaru (ATEC): “Acredito que podemos instigar o choque de ideias entre estudantes, trabalhadores, comerciários e os donos de empresas de ônibus, que muitas vezes forma verdadeiros conluios políticos para defender suas empresas; na verdade, hoje não sabemos quando acaba a política e começa a empresa”.

Por enquanto, os empresários de linhas de ônibus estão elaborando uma planilha para apresentar à Autarquia Municipal de Defesa Social Trânsito e Transportes (DESTRA), com os custos atualizados da prestação do serviço no município e com um percentual previsto para reajustar o valor das passagens. O presidente da Associação dos Transportadores, Adolfo José, já disse ao blog que o aumento na tarifa compensaria uma defasagem de 30% em custos de manutenção. “Ninguém gosta de falar em aumento, pesa no bolso, mas para oferecer um serviço de qualidade, as empresas precisam ter uma estrutura atualizada e com equipamentos em bom estado, para alcançar isso, é preciso manutenção, e isso por sua vez, demanda investimentos”, argumentou.

No próximo domingo, a UESC reunirá membros de Grêmios Estudantis, representantes do Parlamento Jovem, líderes sindicais do SINDECC, SINTRACOM, SINDIMOTO, SINDILIMPE, ATEC, além de segmentos da sociedade organizada, para analisarem a atual estrutura do serviço de transporte público e como isso está relacionado ao valor cobrado nas passagens. A última vez em que houve reajuste nas passagens foi em 2011, de R$ 1,60 para R$ 1,80, mas isso foi acompanhado de uma série de exigências, que foram apresentadas pela Destra, através do Conselho Municipal de Trânsito (COMUT).