Raquel Lyra analisa crise da Funase e diz que governo vai investir para corrigir falhas

Mário Flávio - 12.01.2012 às 14:30h

Em entrevista ao Bom dia Pernambuco nesta quinta-feira, a secretária Raquel Lyra posicionou-se sobre os dois episódios de rebeliões na unidade de internação da FUNASE do Cabo de Santo Agostinho. Até esta quinta-feira (12) 15 jovens ficaram feridos nos tumultos e duas pessoas morreram vítimas da primeira rebelião. Para Raquel, a prioridade no momento é  garantir a integridade e segurança dos internos.

“Temos diversas unidades da Funase em Pernambuco, o que estamos vivendo é uma crise na unidade da Funase em Cabo de Santo Agostinho. O que temos de fazer agora é garantir a segurança dos que estão lá dentro. Existe a intervenção, a polícia está acompanhando o processo desde terça-feira e estamos acompanhando essa movimentação de perto, no momento temos a unidade parcialmente destruída e estamos acompanhando as famílias para dar informações sobre o que está acontecendo”, esclareceu a secretária. Raquel ressaltou ainda que foi aberto um inquérito investigativo para descobrir de maneira aprofundada o motivo da rebelião. Segundo ela, já foram ouvidos alguns internos e testemunhas para analisar os indícios da rebelião.

Indagada sobre as condições oferecidas para reeducar os internos, a secretária salientou que a estrutura da Funase é antiga e carente de investimentos. “A Funase tem 40 anos. Foi FEBEM, FUNABEM, FUNDAC e hoje é FUNASE. Existe um histórico de não investimento adequado pra política de ressocialização desses adolescentes. No atual governo, estamos virando essa página, exemplo disso é a criação da Secretaria da Criança e Juventude à qual está vinculada a FUNASE, mas ainda não estamos dando os passos na velocidade que gostaríamos, no entanto já garantimos R$ 80 milhões em investimentos do Estado no plano plurianual de 2012-2015”, argumentou.

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Raquel Lyra fala da situação das unidades da Funase no estado

De acordo com Raquel, a meta do governo estadual é acabar com o modelo de estrutura socioeducativa de unidades de Abreu e Lima e Cabo de Santo Agostinho, que ela considera uma estrutura que se assemelha ao modelo penitenciário e dessa forma, não seria adequada para o sistema de socioeducação de Pernambuco. Ela ainda destacou ainda que unidades como a de Caruaru e Jaboatão dos Guararapes já tem uma estrutura de atendimento que se aproxima das metas socioeducativas do estado. “Vivemos uma fase de transição, reconhecemos que a unidade de Cabo de Santo Agostinho não tem uma estrutura arquitetônica adequada, existe superlotação, além de irregularidades de sua infraestrutura, mas há algumas unidades do estado que já começam a se adequar e este ano a presidente Dilma aprovará um novo marco legal para iniciarmos um novo modelo de sistema socioeducativo”, reforçou.

UNIDADES

Atualmente o sistema da Funase conta com em Pernambuco com 5 Centros de Atendimento Socioeducativo, que funcionam como unidades de internação. Quanto à internação provisória, existem no Recife 1 Unidade de atendimento inicial, 2 Centros de Internação Provisória e um Centro Profissionalizante Pedagógico. Além disso, há duas unidades de internação provisória, uma em Caruaru e outra em Petrolina.

Raquel reconhece que estrutura da Funase atual não é adequada