Um levantamento divulgado pelo portal G1 revelou um dado alarmante: as dez cidades mais violentas do Brasil estão localizadas na região Nordeste. O ranking leva em conta a taxa de homicídios por 100 mil habitantes e mostra que o problema da violência urbana permanece concentrado em áreas historicamente marcadas por desigualdades sociais e falhas na segurança pública.

No topo da lista aparece Maranguape (CE), com uma taxa de 79,9 homicídios por 100 mil habitantes. Em seguida, estão Jequié (BA), com 77,6, e Juazeiro (BA), com 76,2. A Bahia, inclusive, domina o ranking com cinco cidades entre as dez primeiras: além de Jequié e Juazeiro, aparecem Camaçari (74,8), Simões Filho (71,4) e Feira de Santana (65,2).

Pernambuco também figura entre os destaques negativos com Cabo de Santo Agostinho (73,3) e São Lourenço da Mata (73), ambas na Região Metropolitana do Recife. O Ceará, por sua vez, emplaca quatro cidades entre as mais violentas: além da líder Maranguape, estão Caucaia (68,7), Maracanaú (68,5) e Itapipoca (63,8).

A prevalência do Nordeste no ranking evidencia a persistência de um cenário crítico de violência, mesmo diante de políticas públicas implementadas nos últimos anos para conter o avanço do crime organizado e reduzir os índices de homicídios.

A ausência de cidades de outras regiões entre as dez primeiras coloca ainda mais pressão sobre os governos estaduais do Nordeste e sobre a atuação do Governo Federal, especialmente no que diz respeito à articulação de ações integradas de segurança pública, desenvolvimento social e combate ao tráfico de armas e drogas.

Especialistas apontam que a violência nesses municípios está diretamente relacionada à disputa por territórios entre facções criminosas, à falta de oportunidades econômicas e à fragilidade das políticas de prevenção. O dado é mais um alerta para a urgência de políticas públicas consistentes, que vão além do policiamento ostensivo e incluam educação, cultura, geração de emprego e urbanização.

A lista completa inclui, ao todo, oito cidades da Bahia, cinco do Ceará e duas de Pernambuco apenas entre as 20 primeiras colocadas — uma demonstração clara de que o desafio da segurança pública no Nordeste é um dos mais urgentes do país.