O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), está no centro de uma nova controvérsia envolvendo o uso de eventos públicos com fins políticos. Mesmo após um alerta preventivo emitido pelo conselheiro Carlos Neves, do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), Albino teria desconsiderado a recomendação e continuado a utilizar o palco principal do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) para promover sua imagem pessoal e a de aliados.
O alerta, divulgado na quinta-feira (10), dia da abertura oficial do FIG, advertia o gestor sobre a necessidade de obedecer ao princípio da impessoalidade na administração pública. Carlos Neves destacou a importância de adotar providências para evitar o uso indevido de estruturas ou recursos públicos em benefício de agentes políticos, alertando que não seria aceitável alegar desconhecimento posterior sobre o tema.
Apesar da recomendação, o prefeito esteve presente todas as noites no Palco Mestre Dominguinhos, incluindo na abertura ao lado dos deputados Carlos Veras, Felipe Carreras e do estadual Cayo Albino. Nos dias seguintes, mesmo sem a presença dos parlamentares no palco, Sivaldo fez menções a seus nomes durante os eventos.
Durante os quatro primeiros dias do festival (10 a 13 de julho), Sivaldo Albino anunciou atrações para a próxima edição do FIG, foi ovacionado pelo público e elogiado até por artistas cujos shows foram financiados com recursos públicos. Essas atitudes, segundo o TCE-PE, podem configurar apropriação simbólica indevida da política pública por um agente político, ferindo os princípios da impessoalidade, moralidade e finalidade pública.
Até o momento, o prefeito não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. O caso reforça a preocupação do Tribunal com o uso político de festas públicas, especialmente em anos pré-eleitorais.
