
A menos de um ano das convenções partidárias, metade dos deputados federais já considera que um candidato da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito para vencer as eleições presidenciais de 2026. É o que revela a nova pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), reforçando o clima de incerteza e desgaste em torno do governo federal dentro do Congresso.
De acordo com o levantamento, 50% dos parlamentares ouvidos acreditam que a oposição tem mais chances de conquistar o Palácio do Planalto no próximo pleito — número que subiu em relação aos 46% registrados em maio de 2024. Já 35% apostam em Lula ou em um candidato apoiado pelo governo como favorito, contra 43% no ano passado. Outros 15% não souberam ou preferiram não opinar (eram 11% anteriormente).
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 7 de maio e 30 de junho de 2025, com 203 deputados federais — cerca de 40% da composição da Câmara. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais. A amostragem foi definida por região e por alinhamento ideológico dos partidos, com base no projeto Brazilian Legislative Surveys.
Apesar da percepção de favoritismo da oposição, a maioria dos deputados acredita que Lula será candidato à reeleição: 68% afirmam que o petista disputará um novo mandato em 2026, contra 21% que avaliam que ele não concorrerá. Outros 11% não souberam ou preferiram não responder.
Tarcísio lidera como principal nome da oposição
Questionados de forma espontânea sobre quem deve ser o principal nome da oposição em 2026, 49% dos parlamentares citaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), consolidando seu nome como o mais forte da direita para a disputa presidencial. Ele é seguido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo inelegível, com 13%.
Na sequência aparecem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (6%), o deputado Eduardo Bolsonaro (5%), o governador do Paraná, Ratinho Júnior (4%), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (3%), e o senador Flávio Bolsonaro (1%).
Mesmo fora da disputa por decisão da Justiça Eleitoral, Jair Bolsonaro segue sendo uma figura influente no debate político: 23% dos deputados acham que ele deveria manter sua candidatura, enquanto 51% avaliam que o ex-presidente deveria abrir mão da disputa e apoiar outro nome da oposição.
O levantamento aponta um cenário de fragmentação e disputa de espaço no campo oposicionista, ao mesmo tempo em que reflete o desgaste da base governista no Parlamento. Com Lula em queda nas avaliações entre os deputados e Tarcísio em ascensão como nome viável, as articulações para 2026 prometem ser decisivas para os rumos da próxima eleição presidencial.