
A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os deputados federais atingiu seu pior nível desde o início do terceiro mandato. Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (2) pela Quaest, 46% dos parlamentares ouvidos consideram a gestão petista negativa. O índice é o mais alto já registrado entre os deputados desde janeiro de 2023. Por outro lado, apenas 27% avaliam o governo de forma positiva — também a menor marca da atual gestão. Outros 24% classificam o desempenho como “regular” e 3% não souberam ou preferiram não responder.
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 7 de maio e 30 de junho de 2025, com 203 deputados federais, o equivalente a 40% da composição da Câmara. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos. A amostragem levou em conta a distribuição regional e a orientação ideológica dos partidos, conforme metodologia do projeto Brazilian Legislative Surveys.
Apesar do desgaste, 68% dos deputados acreditam que Lula será candidato à reeleição em 2026. Para 21%, o petista não disputará um novo mandato, enquanto 11% não souberam ou preferiram não opinar. Quando questionados sobre quem é o favorito para vencer as eleições presidenciais, apenas 35% apontaram Lula. A maioria (50%) vê um nome da oposição como mais forte, e 15% não souberam responder.
Pautas polêmicas e temas prioritários
O levantamento também abordou a percepção dos parlamentares sobre pautas em discussão no Congresso Nacional. Uma das propostas com maior rejeição é o fim da jornada de trabalho 6×1, rejeitada por 70% dos deputados.
A economia continua sendo apontada como o principal problema do país. No entanto, a preocupação com a violência cresceu significativamente e se consolidou como o segundo tema mais citado, superando áreas como saúde e educação.
Relação com o STF e avaliação da Câmara
A pesquisa questionou ainda como os deputados percebem a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às competências do Legislativo. Para 49% dos entrevistados, o STF “sempre” invade atribuições do Congresso. Outros 28% responderam que isso acontece “às vezes”, 12% consideram que ocorre “raramente” e apenas 5% disseram que o Judiciário “nunca” interfere. Já 6% não souberam ou preferiram não responder.
Em meio a esse cenário de tensão institucional, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), aparece bem avaliado pelos colegas. Segundo a Quaest, 68% dos parlamentares classificam sua atuação como positiva, o que reforça sua posição como uma das principais lideranças da Casa.