João Campos critica ida do governo Lula ao STF sobre o IOF

Mário Flávio - 01.07.2025 às 18:13h

O presidente nacional do PSB e prefeito do Recife, João Campos, posicionou-se publicamente, nesta terça-feira (1º), contra a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso Nacional que derrubou o decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Durante a inauguração de uma nova unidade da multinacional Ernst & Young (EY) no Recife, Campos destacou a importância do diálogo institucional como caminho para enfrentar o atual cenário fiscal do país. “Não acho que partir para um ambiente de litígio entre Poderes agora seja o melhor caminho. Ainda é preciso esgaçar mais o esforço de buscar um entendimento”, afirmou.

O prefeito defendeu uma pactuação entre Executivo, Legislativo e Judiciário que inclua restrições orçamentárias compartilhadas. “Se há um aumento de restrição orçamentária, por que não os três Poderes darem uma contribuição de restrição orçamentária?”, questionou.

Para exemplificar a viabilidade dessa proposta, João Campos citou a relação construída entre sua gestão e a Câmara Municipal do Recife. Segundo ele, em um dos anos, a Casa de José Mariano devolveu R$ 30 milhões do duodécimo ao Executivo municipal, reforçando o caixa da prefeitura. “Estou falando de uma coisa que é possível. Acho que o diálogo é o melhor caminho. Eu acredito nele e acredito que, nessa situação também, o diálogo vai conseguir buscar uma solução”, reforçou.

O presidente da Câmara do Recife, vereador Romerinho Jatobá (PSB), também já registrou ocasiões em que o Legislativo municipal colaborou com a rearrumação orçamentária do município, priorizando ações conjuntas em momentos de necessidade.

A fala de João Campos marca um contraponto dentro da base governista em relação à estratégia adotada por Lula. O prefeito do Recife tem ganhado visibilidade nacional ao defender uma condução política baseada na concertação entre Poderes e no equilíbrio fiscal compartilhado.