A gestão da prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), poderá enfrentar um processo de impeachment inédito no município. O ex-candidato à prefeitura e advogado Antônio Campos (PRTB) protocolou na Câmara Municipal um pedido de abertura de processo contra a chefe do Executivo e o vice-prefeito Chiquinho, alegando desrespeito à Lei de Acesso à Informação e omissão na prestação de contas exigida pelos vereadores.
O documento será levado ao plenário da Câmara nesta quinta-feira (26), às 10h, pelo presidente da Casa, vereador Saulo Holanda (MDB), que colocará em votação a admissibilidade do pedido. Para ser aprovado, são necessários votos favoráveis da maioria simples dos parlamentares presentes — desde que haja quórum mínimo de nove vereadores em plenário.
Segundo Antônio Campos, o pedido se baseia na ausência de respostas a requerimentos oficiais de informação, na falta de prestação de contas da transição de governo e na omissão de dados financeiros, como os referentes ao Carnaval de 2025, cuja prestação de contas deveria ter sido apresentada em até 30 dias, conforme a legislação, mas permanece pendente há mais de 100 dias.
“Mirella e Chiquinho agem como se estivessem acima da lei. Ignoram reiteradamente os pedidos de informação da maioria dos vereadores, não vêm pagando as emendas impositivas e não cumpriram a legislação sobre a transição”, afirmou Campos, que é tio do prefeito do Recife, João Campos.
Se aprovado, o pedido abrirá um rito inédito na cidade. Este é o primeiro pedido de impeachment da história do município de Olinda, o que amplia a tensão política entre o Executivo e setores da oposição. Campos também afirmou que acompanhará o trâmite de perto e não descarta adotar outras medidas judiciais.
