
Caciques dos principais partidos do Centrão intensificaram a pressão nos bastidores para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declare, ainda em 2025, seu apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, de acordo com informações do Metrópoles.
A movimentação ocorre diante de uma preocupação prática: a legislação eleitoral exige que Tarcísio deixe o governo paulista até abril do próximo ano, caso deseje disputar o Palácio do Planalto. A definição precoce do nome, na visão dos articuladores do Centrão, permitiria ao grupo se organizar politicamente com mais segurança, montando alianças e definindo estratégias eleitorais com antecedência.
De acordo com informações da coluna de Igor Gadelha, líderes do Centrão avaliam que Bolsonaro está começando a “cair na real” sobre seu futuro político. Isolado institucionalmente, o ex-presidente teve frustradas as tentativas de evitar uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), tanto na Corte quanto no Congresso, e estaria sendo convencido de que não poderá disputar as eleições de 2026.
Nesse contexto, as lideranças do Centrão querem não apenas a confirmação de Tarcísio como o nome apoiado por Bolsonaro, mas também influenciar na formação da chapa. A maioria das legendas do bloco já articula para indicar o vice do ex-ministro da Infraestrutura, caso ele se lance ao Planalto.
Há, no entanto, resistência dentro do próprio campo bolsonarista. Uma ala mais próxima da família Bolsonaro defende que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a vice na chapa com Tarcísio, garantindo o “selo bolsonarista” na disputa. O nome de Michelle, que aparece bem nas pesquisas de popularidade, é visto como uma forma de manter a base mobilizada e fiel ao projeto político do ex-presidente.
A definição oficial do apoio de Bolsonaro promete ser um dos pontos centrais da disputa interna na direita ao longo do segundo semestre de 2025.