O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (16) que a votação do requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/25 — que visa sustar o aumento do IOF — será um gesto político claro do Congresso ao Palácio do Planalto. Para Motta, o recado é sobre o esgotamento dos parlamentares com medidas que aumentam a arrecadação via impostos, sem o devido equilíbrio com cortes de despesas.
“O governo está entendendo esta mensagem. Será simbólica pelo sentimento da Casa e vamos aguardar os próximos passos. A Câmara vai continuar defendendo o que é melhor para o Brasil”, disse o deputado, em coletiva à imprensa no início da noite.
Hugo Motta revelou que esteve reunido no último sábado com o presidente Lula e que, nesta segunda, participou de uma reunião com líderes partidários, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, sua missão como presidente da Casa é “verbalizar o sentimento dos deputados”, que têm demonstrado insatisfação com o foco do governo federal em aumentos de tributos.
“Corte de despesas precisa ser prioridade”
Durante a fala à imprensa, o presidente da Câmara foi direto ao defender que o Executivo assuma compromissos mais concretos com a redução de gastos públicos. “Não tem como se ter uma agenda de corte de despesa sem o Executivo entrar nesta pauta. É fundamental que o Executivo participe”, destacou Motta.
Ele também lembrou que o Congresso tem sido parceiro do governo, aprovando matérias importantes para o equilíbrio fiscal. “O Congresso tem sido correto, aprovou tudo o que o governo mandou para cá, demonstrou responsabilidade com o País”, reforçou.
Relação entre os Poderes
Sobre o clima entre Legislativo e Executivo, Hugo Motta afirmou que há lealdade e franqueza, mas fez questão de ressaltar que a Câmara não hesitará em se contrapor a decisões que julgar prejudiciais ao país.
“Queremos que o Brasil dê certo por meio de medidas estruturantes, de melhoria do ambiente econômico. Essa é a prioridade da Casa”, finalizou.
A votação do requerimento de urgência para o PDL 314/25 deve acontecer nos próximos dias. A expectativa é de que o tema una parlamentares da base e da oposição em torno da crítica à política fiscal do governo.
