Menos de 24 horas após a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto, seu filho, o vereador do Recife Gilson Machado Filho, se pronunciou publicamente criticando duramente a operação da Polícia Federal que levou à detenção do ex-integrante do governo Bolsonaro. Em postagem nas redes sociais, o vereador afirmou que a família está “profundamente triste” e classificou a prisão como uma “injustiça”.
“Jamais era para ele ter sido preso”, afirmou. O parlamentar disse ainda que o pai é um civil sem cargo político e que, por isso, não poderia ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também alegou que os advogados da família não tiveram acesso aos autos do processo.
A prisão de Gilson Machado Neto ocorreu na sexta-feira (13), em Recife, no âmbito das investigações sobre tentativa de fuga do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República apuram suspeitas de que o ex-ministro teria tentado obter um passaporte português em nome de Cid, numa possível estratégia para tirá-lo do país durante as investigações da Operação Tempus Veritatis.
Ainda segundo Gilson Filho, a prisão causou grande impacto na família, especialmente no avô, de 85 anos. Ele usou o episódio para criticar o que chamou de “perseguição política” a figuras da direita e fez um apelo à população: “Hoje é contra políticos de direita. Amanhã, pode ser contra você.”
A fala foi encerrada com uma promessa de apoio à candidatura do pai ao Senado em 2026: “Deixo aqui meu compromisso: vou lutar com todas as minhas forças para te eleger senador da República.”
Gilson Machado Neto foi solto no fim da noite de sexta-feira, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A investigação segue em curso. Até o momento, nem a Polícia Federal nem a Procuradoria-Geral da República comentaram oficialmente as declarações do vereador.
