O desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cenários simulados de segundo turno para as eleições presidenciais de 2026 apresentou queda, segundo a nova pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (14). Nos três principais confrontos testados, o petista aparece tecnicamente empatado com seus potenciais adversários: Michelle Bolsonaro (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A pesquisa foi realizada nos dias 10 e 11 de junho, com 2.004 eleitores em 136 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

📊 Lula x Bolsonaro

No cenário que apresenta Lula contra Bolsonaro, o ex-presidente lidera numericamente com 45% das intenções de voto, enquanto Lula tem 44%, configurando empate técnico. Em abril, Lula vencia Bolsonaro por 49% a 40%, o que indica uma piora no desempenho do atual presidente.

Apesar de Bolsonaro estar inelegível, o nome ainda é considerado relevante como referência da direita no país e continua sendo testado nas sondagens eleitorais.

📊 Lula x Michelle Bolsonaro

Na simulação em que Lula enfrenta a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o cenário também é de empate técnico: Lula aparece com 46% das intenções de voto, contra 42% de Michelle. A margem de erro torna os números estatisticamente similares, o que revela a força crescente da ex-primeira-dama no cenário político, especialmente entre eleitores conservadores e evangélicos.

📊 Lula x Tarcísio de Freitas

Com o nome de Tarcísio no lugar de Bolsonaro, Lula aparece à frente numericamente, com 43%, contra 42% do governador paulista. O cenário também é de empate técnico. No entanto, chama atenção o recuo expressivo do petista: em abril, Lula tinha 48% contra 39% de Tarcísio — uma vantagem de nove pontos que praticamente desapareceu em dois meses.

📉 O que os números indicam

A pesquisa Datafolha mostra uma tendência de encurtamento das distâncias entre Lula e nomes do campo bolsonarista, mesmo com Jair Bolsonaro fora do páreo eleitoral. Os dados indicam que a base da direita permanece sólida e com capacidade de transferência de votos, seja para Tarcísio, Michelle ou outro nome que possa surgir nos próximos meses.

A queda de desempenho de Lula entre abril e junho sugere um cenário de maior equilíbrio político em 2026, com forte polarização e sem favoritismo claro — mesmo diante da máquina federal. O PT deve agora redobrar esforços para reconectar-se com segmentos mais voláteis do eleitorado, como classe média urbana e evangélicos.