
A resistência ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pela equipe econômica do governo federal, segue intensa no Congresso e no setor produtivo. Após declarações firmes do líder do Republicanos na Câmara, deputado Hugo Motta (PB), a expectativa para esta semana é que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e sua equipe apresentem alternativas para reduzir ou substituir parte da medida, sem comprometer o arcabouço fiscal.
Apesar da sinalização política, qualquer nova decisão deverá aguardar a validação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em viagem à França e só retorna ao Brasil na próxima segunda-feira (9). Segundo interlocutores no Congresso, o recuo é dado como certo nos bastidores, mas resta definir qual será o escopo e o momento do anúncio.
O ponto mais sensível e que reúne maior chance de ser derrubado é a cobrança de IOF sobre operações de risco sacado — modalidade utilizada por varejistas que agora encaram aumento significativo nos custos. A equipe econômica passou a tratar esse tipo de transação como “operação de crédito”, gerando controvérsia entre especialistas do setor financeiro e jurídico.
Lula e Hugo Motta estiveram juntos no domingo (1º), durante o congresso nacional do PSB, e o presidente elogiou publicamente o parlamentar, que tem ganhado destaque nas articulações com o Planalto. A pressão do Legislativo tem se somado à de entidades de classe e associações setoriais, que veem o aumento do IOF como um entrave para a atividade econômica.
Mesmo após o primeiro recuo do governo, as mudanças mantidas ainda impactam diretamente empresas e instituições financeiras. As negociações seguem intensas nos bastidores, e uma nova reavaliação da medida é dada como iminente.