Crise política em Bonito: prefeito e ex-prefeito rompem após troca de farpas públicas

Mário Flávio - 23.05.2025 às 11:14h

O clima político em Bonito, no Agreste de Pernambuco, é de tensão e rompimento. A relação entre o atual prefeito, Dr. Ruy Barbosa (PSB), e seu antecessor e ex-aliado, Gustavo Adolfo (PSB), chegou a um ponto crítico nas últimas semanas.

O estopim da crise foi a postura adotada por Ruy desde o início da sua gestão, ao escancarar publicamente problemas que, segundo ele, herdou da administração anterior. Durante seu discurso de posse, em 1º de janeiro, na presença de Gustavo, Ruy chegou a afirmar que iria “acabar com os funcionários fantasmas que existiam na gestão passada”. A declaração causou desconforto e já indicava os primeiros sinais de desgaste na relação.

O episódio mais simbólico do rompimento aconteceu este mês, quando Ruy mandou retirar a placa de inauguração da Praça de São Sebastião, que havia sido entregue por Gustavo Adolfo em dezembro de 2024. No lugar, foi instalada uma nova placa, com nova data de inauguração e o nome do atual prefeito, o que gerou forte repercussão na cidade e entre aliados de Gustavo.

Outro indicativo do distanciamento foi registrado no último dia 20, durante o hasteamento da bandeira. O ato contou com a presença dos deputados aliados de Ruy, Felipe Carreras (federal) e Antônio Coelho (estadual), mas sem a participação de Gustavo, que não compareceu ao evento, algo que até então era incomum na relação dos dois.

A situação ficou ainda mais delicada na quinta-feira, dia 15 de maio, quando o prefeito foi a uma rádio local e anunciou que o município não terá São João este ano, justificando que está pagando uma dívida mensal de R$ 300 mil deixada pela gestão anterior. A declaração deixou clara a insatisfação de Ruy com a situação financeira que afirma ter herdado, além de aprofundar o racha político.

O rompimento entre Dr. Ruy e Gustavo Adolfo muda completamente o tabuleiro político de Bonito e deve impactar diretamente as articulações para as eleições de 2026, tanto no âmbito local quanto estadual. Nos bastidores, aliados de ambos já falam abertamente em separação definitiva dos grupos.