O escândalo envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem gerado preocupações significativas dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo reportagem da coluna Radar, da revista VEJA, publicada em 11 de maio de 2025, auxiliares próximos ao presidente avaliam que a gestão petista enfrentará um desgaste prolongado devido às investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).
A percepção no Palácio do Planalto é de que o governo perdeu a batalha da comunicação em relação ao escândalo. Apesar de as irregularidades terem se iniciado durante a administração anterior, de Jair Bolsonaro, a oposição conseguiu estabelecer uma narrativa que atribui ao atual governo a responsabilidade pela corrupção na Previdência. Um conselheiro do governo lamentou: “Era uma pauta positiva de combate à corrupção, mas virou munição para a oposição”.
O chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, tem sido alvo de críticas internas, sendo apontado como um dos últimos responsáveis remanescentes no escândalo. A situação tem gerado tensões dentro do governo, com petistas buscando identificar culpados pela crise.
O escândalo, conhecido como “Farra do INSS” ou “Aposentão”, refere-se a um esquema criminoso que desviou recursos do INSS por meio de descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. A operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril de 2025, revelou que aproximadamente 9 milhões de beneficiários foram afetados, com prejuízos estimados em R$ 8 bilhões. A investigação levou ao afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
O governo enfrenta agora o desafio de conter os danos políticos e recuperar a confiança da população, enquanto as investigações prosseguem e novas informações sobre o esquema vêm à tona.
